VISÃO HOLÍSTICA.
O novo paradigma pode ser chamado de uma visão de mundo holística, que concebe o mundo como um todo integrado, e não como uma coleção de partes dissociadas. Pode também ser denominado visão ecológica, se o termo "ecológica" for empregado num sentido muito mais amplo, mais profundo que o usual. A percepção ecológica profunda reconhece a interdependência fundamental de todos os fenômenos, e o fato de que, enquanto individuos e sociedades, estamos todos encaixados nos processos cíclicos da natureza (em última análise, somos dependente desses processos).
Os dois termos "holístico" e "ecológico" diferem ligeiramente em seu significados, e parece que holístico é um pouco menos apropriado para descrever o novo paradigma. Uma visão holística, digamos, de uma bicicleta significa ver a bicicleta como um todo funcional e compreender, em conformidade com isso, as interdependências das suas partes. Uma visão ecológica da bicicleta inclui isso , mas acrescenta-lhe a percepção de como a bicicleta está encaixada no seu ambiente natural e social – de onde vêm as máterias-primas que entram nela, como foi fabricada, como seu uso afeta o meio ambiente natural e a comunidade pela qual ela é usada, e assim por diante. Essa distinção entre "holístico" e "ecológico" é ainda mais importante quando falamos sobre sistemas vivos, para os quais as conexões com o meio ambiente são muito mais vitais.
O sentido em que eu uso o termo "ecológico" está associado com uma escola filosófica especifica e, além disso, com um movimento popular global conhecido como "ecologia profunda", que está rapidamente adquirindo proeminência. A escola filosófica foi fundada pelo filósofo norueguês Arne Naess, no início da década de 70, com sua distinção entre "ecologia rasa" e "ecologia profunda". Esta distinção é hoje amplamente aceita como um termo muito útil para se referir a uma das principais divisões dentro do pensamento ambientalista contemporâneo.
A ecologia rasa é antropocêntrica, ou centralizada no ser humano. Ela vê os seres humanos como situados acima ou fora da natureza, como a fonte de todos os valores, e atribui apenas um valor instrumental, ou de "uso", à natureza. A ecologia profunda não separa seres humanos – ou qualquer outra coisa – do meio ambiente natural. Ela vê o mundo não como uma coleção de objetos isolados, mas como uma rede de fenômenos que estão fundamentalmente interconectados e são interdependentes. A ecologia profunda reconhece o valor intrínseco de todos os seres vivos e concebe os seres humanos apenas como um fio particular da teia da vida.
Em última análise, a percepção da ecologia profunda é percepção espiritual ou religiosa. Quando a concepção do espírito humano é entendida como o modo de consciência no qual o indivíduo tem uma sensação de pertinência, de conexidade, com o cosmo como um todo, torna-se claro que a percepção ecológica é espiritual na sua essência mais profunda. Não é, pois, de se surpreender, o fato de que a nova visão emergente da realidade baseada na percepção ecológica profunda é consistente com a chamada filosofia perene das tradições espirituais, quer falemos a respeito da espiritualidade dos místicos cristãos, da dos budistas, ou da filosofia e cosmologia subjacente as tradições nativas norte-americanas.
Há outro modo pelo qual Arne Naess caracterizou a ecologia profunda. " A essência da ecologia profunda – diz ele – consiste em formular questões mais profundas". É também essa a essência de uma mudança de paradigma. Precisamos estar preparados para questionar cada aspecto isolado do velho paradigma. Eventualmente, não precisaremos nos desfazer de tudo, mas antes de sabermos isso, devemos estar dispostos a questionar tudo. Portanto, a ecologia profunda faz perguntas profundas a respeito dos próprios fundamentos da nossa visão de mundo e do nosso modo de vida modernos, científicos, industriais, orientados para o crescimento e materialistas. Ela questiona todo esse paradigma com base numa perspectiva ecológica: a partir da perspectiva de nossos relacionamentos uns com os outros, com as gerações futuras e com a teia da vida da qual somos parte.
Trecho do livro "A Teia da Vida" de Fritjof Capra.
Projeto Integrado
Visão Sistêmica
Bacharelado em Análise de Sistemas - 1º Período - Turma A
:: Equipe
Diogo Peixoto - [ diogo@databank.com.br ]
Ezequiel Coradin - [ coradin@rla13.pucpr.br ]
Rafael Gustavo Gassner - [ rgg@rla13.pucpr.br ]
:: Introdução
O objetivo deste trabalho é apresentar uma definição do que é Visão Sistêmica, suas principais características, e fatores históricos que levaram a humanidade a conceber tal forma de inter-relacionamento de sub - sistemas, bem como as conseqüências de tal forma de pensamento.
:: Definição
Para definirmos a Visão Sistêmica, precisamos primeiramente entender qual é o motivo de sua existência. Na análise de sistemas, no ponto de vista histórico, a humanidade sempre tentou entender sub-sistemas isoladamente, não levando em conta sua interação com o todo. A Visão Sistêmica veio como uma evolução natural de tal forma de pensamento, possibilitando uma maior aproximação da realidade da ciência que estuda os sistemas.
:: Histórico
Podemos indicar que historicamente, o que vem mudando na Análise de sistemas é resultado de observações das evoluções que ocorrem nos mais diversos ramos da ciência. Em um primeiro plano, as ciências, principalmente a matemática, tinham por conta que poderiam entender completamente o funcionamento do todo, caso conseguissem entender perfeitamente o funcionamento de suas partes. Tal ponto de vista sistêmico foi sendo alterado, devido à observações em ramos científicos como o da biologia, mais especificamente, nos estudos das evoluções das espécies.
A humanidade, em determinado momento histórico, precisou resolver problemas que não podiam ser entendidos isoladamente, devido à sua complexidade. Esses problemas, na maioria relacionados à questões ecológicas, levou à percepção do paradigma ao qual o pensamento da época estava ancorado, e a partir de então, aconteceu uma evolução na forma de pensamento.
A visão sistêmica portanto tem maior extensão para o entendimento de organizações complexas, que eram praticamente impossíveis se levássemos em conta o paradigma anterior. A visão sistêmica também procura entender a influência das partes entre si, e não somente cada uma isoladamente.
Partimos portanto de um ponto de vista atomista para uma posição atual que tem maior capacidade de entendimento de um todo.
:: Características
A principal característica da Visão Sistêmica é tentar estudar as partes levando em conta o seu papel na estrutura do todo. Isso implica no conceito de que o todo, resultante da junção das partes, é muito maior do que simplesmente a soma destas. Existem características existentes somente para o todo, que nao pode ser encontrado nas partes. A visão sistêmica ignifica contextualizar as partes para entender o funcionamento do todo.
Os atomistas, portanto, defendiam a tese de que se uma parte fosse completamente estudada, o seu todo poderia ser deduzido. Verificamos que tal concepção não é completamente verdadeira, pois, por exemplo, se entendermos completamente o funcionamento de uma mão, ainda assim não temos noção de todas as funcionalidade do corpo, do qual ela pertence, possui.
A visão sistêmica possui aplicação nas mais variadas áreas, tais como nos diversos ramos da ciência, mercados financeiros e até mesmo a nível de relacionamento interpessoal. Tal influência é extremamente produtiva, notadamente nas ciências exatas, que são as que possuem a maior influência histórica de pensamentos e pensadores atomistas.
:: Exemplo
Encontramos na Internet um grupo que utiliza conceitos semelhantes ao da visão sistêmica para explicar a origem da humanidade na terra. Eles entendem que nos, pessoas, não podemos ser entendidas como partes isoladas, mas sim como partes componentes de algo maior. Isso e conhecido como pensamento gaia (ver indicação na bibliografia).
:: Conclusão
A realização do trabalho nos possibilitou o maior conhecimento dos conceitos da visão sistêmica, bem como o motivo da evolução do paradigma em que a humanidade se encontrava, para a forma de pensamento atual. Pudemos perceber também que a visão sistêmica também não é aplicada somente ao campo da informática, muito pelo contrario, surgiu em outras áreas, e pode ser aplicada em praticamente qualquer campo do conhecimento humano. Cabe a nos, futuros profissionais de informática, aplica-la de forma a produzirmos sistemas que não tenham simplesmente a funcionalidade de corrigir um problema, mas sim, de otimizar processos .
:: Bibliografia
http://www.isss.org/lumLVB.htm
http://www.gaiamind.org/
http://pespmc1.vub.ac.be/
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
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