É Gaia!!!Alexandre Gois de Victor // Advogadoagois@siqueiracastro.com.brNão se apresse, dona Maria! Desista de sua ideia de enviar mensagem para o jornal com o objetivo de exigir a cabeça deste dublê de cronista, sob o argumento de que o título do texto reflete um exercício de baixeza. É que não me refiro àquele fenômeno de desastre amoroso decantado pelas canções buarqueanas interpretadas pelas bandas de fuleiragem music. Em assim agindo a senhora estaria cometendo um erro histórico, comparável ao do infeliz que cometeu a ideia de levantar aquelas duas caixas d'água horrorosas cravadas na praia de Boa Viagem com o nome da mãe de nosso presidente que de leso só tem a cara. A Gaia a que me refiro é a Deusa (grega) Terra. Passada a sua revolta, dona Maria, deixe-me tentar explicar melhor. Na década de setenta um pesquisador britânico de nome James Ephraim Lovelock concebeu uma teoria, justamente, assim chamada: Teoria de Gaia. A hipótese lastreia-se na ideia de que o planeta por nós habitado é um ser vivo. Nós, por outro lado, entre outros, somos seus coadjuvantes, tão somente coadjuvantes de Gaia. Seríamos uma espécie de microorganismo, e, como tal, a partir de nossas ações ou em razão do que fazemos, Gaia, naturalmente, reage, assim como um corpo febril. Por isso, todos os acontecimentos ocorridos no planeta terra, decorrentes de ação humana, acabam por dar ensejo a uma resposta ou reflexo de Gaia. Tudo se inicia e se resume em Gaia. Seríamos como bactérias que proliferam, infestam e maltratam, descontroladamente, um corpo que já foi sadio. Repare: No ano de 1802 éramos 1 bilhão de habitantes. Em 2012 seremos 7 bilhões de pessoas vivendo sobre a face de Gaia. A doença se alastrou por toda a Gaia. Em São Paulo o trânsito recebe cerca de 800 carros novos por dia para juntar-se à sua frota. Isso significa quase 300 mil carros por ano. Isso numa só cidade. Não há quem suporte. A senhora poderia usar uma camiseta com seguinte frase: Gaia é sofrimento... São construídas, freneticamente, todos os anos, milhões de moradias para abrigar a nossa muvuca populacional. Vai chegar uma hora que não existirá mais espaço para nada. Seremos um edifício holiday de proporções globais. Tudo é, tem que ser ou será superlativo. A empresa tem que crescer a todo custo, o país tem que crescer 5% neste semestre, as exportações precisam crescer, o PIB, as vendas, o crédito, a produção de alimentos, a demanda, o consumo de bebidas, o fornecimento de combustíveis, a construção de usinas, de hidroelétricas, de shopping centers, de pontes, de aeroportos, de portos e o diabo a quatro. A Gaia vai quebrar, dona Maria! Por que tudo o quanto fazemos nela reflete. O homem tira da manga a emissão de gás carbônico, Gaia responde com o comprometimento da camada de ozônio. Derrubam-se árvores na floresta tropical, Gaia retruca com mais um pouquinho de aquecimento global. Lançamos mão do desamor, da má distribuição de renda, da intolerância, do individualismo coisa e tal (pois é... essas coisas também contam), lá vem Gaia com o derretimento das camadas polares. A coisa (vulgo Sport) empata com o Ypiranga com um gol de pênalti inexistente, Gaia, por castigo, manda-nos chuva ácida. O presidente Luiz Inácio Uisquinho da Silva tira uma medida provisória da cartola ou manda Dilma Cicatriz fazer mais uma aplicação de botox, Gaia envia-nos um tsunami. O fato é que estamos fadados a acabar com nosso hospedeiro, ou forçá-lo a acabar conosco. É Gaia! É Gaia!! É Gaaaaaaaia, dona Maria!
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segunda-feira, 30 de março de 2009
Textos - Equilíbrio Ecológico
Prof. Germano Schüür
CIÊNCIAS DO AMBIENTE - ECOLOGIA
Unidade III - Dinâmica da População Humana
3.1 - Retrospecto Demográfico.
Durante as primeiras fases da história humana, mesmo até ao advento dos tempos modernos, sua população obedecia as leis gerais da ecologia (flutuações). O crescimento demográfico estava intimamente relacionado ao aumento de espaço e alimentos disponíveis que funcionavam com extrema eficácia como fatores limitantes.
Conforme se observa no gráfico, a população mundial revela uma linha quase horizontal de crescimento lentíssimo no passado, até o período 1750 – 1800, condicionada a fatores limitantes tais como a fome, a peste e a guerra. A população mundial aumentou uma taxa de 0,3% por ano, entre 1650 – 1750 e de 0,5% entre 1750 – 1850. De então para cá, uma linha quase vertical de rapidíssimo crescimento, em torno de 2% a 2,5% ao ano.
Gráfico da evolução demográfica mundial
3.2 - A Revolução Industrial
A partir do último terço do século XVIII, um certo número de países sofreu a mais profunda mutação que jamais havia afetado os homens: a revolução industrial.
Progressos na agricultura, indústria e transporte melhoraram substancialmente a vida do homem no ocidente.
As possibilidades de falhas nas colheitas e fome foram reduzidas com uma melhor agricultura. A mecanização da lavoura e o transporte marítimo determinaram com que fomes locais fossem menos desastrosas e proporcionaram acesso a recursos mais distantes. A melhoria nas condições sanitárias auxiliaram na redução das taxas de mortalidade, assim como o conhecimento do papel das bactérias na infecção e o advento das vacinas.
A regulamentação das horas de serviço, bem como a criação de salários, foram também características da Revolução Industrial, que determinaram melhores condições de vida.
3.3 - A Transição Demográfica
Com o transcorrer da Revolução Industrial aparece uma tendência significativa que explica aquilo que conhecemos como explosão demográfica. Constatava-se que, em torno de 1750, a mortalidade e a natalidade se equilibravam em altos níveis (30-35 e 35-40 por mil, respectivamente).
A partir de 1750 para cá, esse equilíbrio é abalado por uma diminuição acentuada na taxa de mortalidade, não acompanhada pela curva da taxa de natalidade, que só começa a baixar no início deste século, para uma nova posição de equilíbrio entre mortalidade e natalidade; desta vez, em baixo nível de ambos (10-15 e 15-20 por mil, respectivamente).
Ao descompasso entre a curva de natalidade e mortalidade, chamamos de hiato demográfico (demographic gap, e’cart demographique).
O gráfico abaixo mostra a transição demográfica ocorrida na Inglaterra e País de Gales, região da Europa noroestina, onde encontramos o primeiro epicentro das mudanças ocorridas nesta dinâmica populacional.
Gráfico da transição demográfica na Inglaterra e País de Gales (baseado em P.C.Beltrão "Demografia: Ciência da População, Análise e Teoria", Sulina, 1972)
Na Dinamarca, na Suécia e Noruega as taxas combinadas eram de 32 por mil em 1850; por volta de 1900, tinham caída para 28 por mil. Declínios semelhantes ocorreram em toda parte, cujo fenômeno ficou conhecido como transição demográfica, que em termos gerais é ilustrado pelo seguinte diagrama teórico.
Diagrama teórico da transição demográfica
Este diagrama, com todas as fases, é válido para as nações da Europa noroestina e também para outras, tanto da Europa como da América do Norte.
Os países subdesenvolvidos, com altas taxas de crescimento populacional (em torno de 3% ao ano), principais responsáveis da atual fase da explosão demográfica, encontram-se ainda em pleno hiato demográfico. Como podemos constatar na tabela e gráfico, correspondentes à população brasileira.
Períodos Nat. Mort. Período Nat. Mort.
P/mil P/mil P/mil P/mil
1872-1890 ... 46.5 30.2 1940-1950 ... 43.5 19.7
1891-1900 ... 46.0 27.8 1950-1960 ... 43-47 11-16
1901-1920 ... 45.0 26.4 1960-1970 ... 38.0 10.0
1920-1940 ... 44.0 25.3
Gráfico das taxas de natalidade e mortalidade no Brasil, 1890-1960 (baseado em P.C.Beltrão, "Demografia: Ciência da População, Análise e Teoria", Sulina, 1972)
São causas das taxas de nascimento mais baixas em países industrializados:
o Em sociedades agrícolas, os filhos são geralmente considerados como bônus econômicos, por servirem como mão-de-obra extra nas fazendas e um seguro de velhice para os pais. Numa sociedade industrial, os filhos não são produtores potenciais, mas consumidores. Necessitam educação e alimentação e, outro lado, os sistemas previdenciários assumiram a responsabilidade da velhice;
o A passagem da população do campo para cidade;
o O desejo individual de melhorar a própria situação social e econômica, ou a da própria descendência;
o As mudanças ocorridas na condição da mulher e no seu papel social;
o A adoção, por alguns países, de programas de planejamento familiar ou de uma política demográfica bem definida;
o O enfraquecimento do sentido religioso.
É válido, na conclusão desse capítulo, uma citação de Jean Dorst:
"Não hesitamos em afirmar, desde já, que o problema do excesso populacional é o mais angustiante de todos quantos temos de enfrentar nos tempos modernos. Trata-se de um fato recente, cuja gravidade permanece ainda camuflada por um obscurantismo profundo, e do qual muito poucos estão conscientes. O excedente da população pode não só comprometer o destino da flora e da fauna selvagem, como também por em causa a sobrevivência de toda humanidade, com tudo aquilo que constitui a civilização e a...
A transição demográfica
tem sido cada vez mais aceita a teoria da transição demográfica. Segundo os defensores dessa teoria, formulada em 1929, o crescimento populacional tende a se equilibrar no mundo, com a diminuição das taxas de natalidade e mortalidade.
Esse processo se daria em três etapas distintas:
Primeira fase ou Pré-industrial, caracterizada pelo equilíbrio demográfico e por baixos índices de crescimento vegetativo, apoiados em elevadas taxas de natalidade e de mortalidade. Nascem muitos, mas morrem muitos. A elevada mortalidade era decorrente principalmente das precárias condições higiênico-sanitárias, das epidemias, das guerras, fome, etc.
Segunda fase ou transicional, que apresenta as seguintes modificações: num primeiro momento, a redução da mortalidade com o fim das epidemias e os avanços médicos (decorrentes da Revolução Industrial), porém a natalidade ainda se mantém elevada, ocasionando um grande crescimento populacional; num segundo momento, a natalidade começa a cair, reduzindo-se então o crescimento populacional.
Terceira fase ou Evoluída, etapa em que a transição demográfica se completa, com a retomada do equilíbrio demográfico, agora apoiado em baixas taxas de natalidade e de mortalidade. Atualmente estão nessa fase os países desenvolvidos, a maior parte dos quais apresenta taxas de crescimento inferiores a 1% e até negativas. Países cujo crescimento vegetativo se encontra estagnado.
Prof. Germano Schüür
CIÊNCIAS DO AMBIENTE - ECOLOGIA
Unidade III - Dinâmica da População Humana
3.1 - Retrospecto Demográfico.
Durante as primeiras fases da história humana, mesmo até ao advento dos tempos modernos, sua população obedecia as leis gerais da ecologia (flutuações). O crescimento demográfico estava intimamente relacionado ao aumento de espaço e alimentos disponíveis que funcionavam com extrema eficácia como fatores limitantes.
Conforme se observa no gráfico, a população mundial revela uma linha quase horizontal de crescimento lentíssimo no passado, até o período 1750 – 1800, condicionada a fatores limitantes tais como a fome, a peste e a guerra. A população mundial aumentou uma taxa de 0,3% por ano, entre 1650 – 1750 e de 0,5% entre 1750 – 1850. De então para cá, uma linha quase vertical de rapidíssimo crescimento, em torno de 2% a 2,5% ao ano.
Gráfico da evolução demográfica mundial
3.2 - A Revolução Industrial
A partir do último terço do século XVIII, um certo número de países sofreu a mais profunda mutação que jamais havia afetado os homens: a revolução industrial.
Progressos na agricultura, indústria e transporte melhoraram substancialmente a vida do homem no ocidente.
As possibilidades de falhas nas colheitas e fome foram reduzidas com uma melhor agricultura. A mecanização da lavoura e o transporte marítimo determinaram com que fomes locais fossem menos desastrosas e proporcionaram acesso a recursos mais distantes. A melhoria nas condições sanitárias auxiliaram na redução das taxas de mortalidade, assim como o conhecimento do papel das bactérias na infecção e o advento das vacinas.
A regulamentação das horas de serviço, bem como a criação de salários, foram também características da Revolução Industrial, que determinaram melhores condições de vida.
3.3 - A Transição Demográfica
Com o transcorrer da Revolução Industrial aparece uma tendência significativa que explica aquilo que conhecemos como explosão demográfica. Constatava-se que, em torno de 1750, a mortalidade e a natalidade se equilibravam em altos níveis (30-35 e 35-40 por mil, respectivamente).
A partir de 1750 para cá, esse equilíbrio é abalado por uma diminuição acentuada na taxa de mortalidade, não acompanhada pela curva da taxa de natalidade, que só começa a baixar no início deste século, para uma nova posição de equilíbrio entre mortalidade e natalidade; desta vez, em baixo nível de ambos (10-15 e 15-20 por mil, respectivamente).
Ao descompasso entre a curva de natalidade e mortalidade, chamamos de hiato demográfico (demographic gap, e’cart demographique).
O gráfico abaixo mostra a transição demográfica ocorrida na Inglaterra e País de Gales, região da Europa noroestina, onde encontramos o primeiro epicentro das mudanças ocorridas nesta dinâmica populacional.
Gráfico da transição demográfica na Inglaterra e País de Gales (baseado em P.C.Beltrão "Demografia: Ciência da População, Análise e Teoria", Sulina, 1972)
Na Dinamarca, na Suécia e Noruega as taxas combinadas eram de 32 por mil em 1850; por volta de 1900, tinham caída para 28 por mil. Declínios semelhantes ocorreram em toda parte, cujo fenômeno ficou conhecido como transição demográfica, que em termos gerais é ilustrado pelo seguinte diagrama teórico.
Diagrama teórico da transição demográfica
Este diagrama, com todas as fases, é válido para as nações da Europa noroestina e também para outras, tanto da Europa como da América do Norte.
Os países subdesenvolvidos, com altas taxas de crescimento populacional (em torno de 3% ao ano), principais responsáveis da atual fase da explosão demográfica, encontram-se ainda em pleno hiato demográfico. Como podemos constatar na tabela e gráfico, correspondentes à população brasileira.
Períodos Nat. Mort. Período Nat. Mort.
P/mil P/mil P/mil P/mil
1872-1890 ... 46.5 30.2 1940-1950 ... 43.5 19.7
1891-1900 ... 46.0 27.8 1950-1960 ... 43-47 11-16
1901-1920 ... 45.0 26.4 1960-1970 ... 38.0 10.0
1920-1940 ... 44.0 25.3
Gráfico das taxas de natalidade e mortalidade no Brasil, 1890-1960 (baseado em P.C.Beltrão, "Demografia: Ciência da População, Análise e Teoria", Sulina, 1972)
São causas das taxas de nascimento mais baixas em países industrializados:
o Em sociedades agrícolas, os filhos são geralmente considerados como bônus econômicos, por servirem como mão-de-obra extra nas fazendas e um seguro de velhice para os pais. Numa sociedade industrial, os filhos não são produtores potenciais, mas consumidores. Necessitam educação e alimentação e, outro lado, os sistemas previdenciários assumiram a responsabilidade da velhice;
o A passagem da população do campo para cidade;
o O desejo individual de melhorar a própria situação social e econômica, ou a da própria descendência;
o As mudanças ocorridas na condição da mulher e no seu papel social;
o A adoção, por alguns países, de programas de planejamento familiar ou de uma política demográfica bem definida;
o O enfraquecimento do sentido religioso.
É válido, na conclusão desse capítulo, uma citação de Jean Dorst:
"Não hesitamos em afirmar, desde já, que o problema do excesso populacional é o mais angustiante de todos quantos temos de enfrentar nos tempos modernos. Trata-se de um fato recente, cuja gravidade permanece ainda camuflada por um obscurantismo profundo, e do qual muito poucos estão conscientes. O excedente da população pode não só comprometer o destino da flora e da fauna selvagem, como também por em causa a sobrevivência de toda humanidade, com tudo aquilo que constitui a civilização e a...
A transição demográfica
tem sido cada vez mais aceita a teoria da transição demográfica. Segundo os defensores dessa teoria, formulada em 1929, o crescimento populacional tende a se equilibrar no mundo, com a diminuição das taxas de natalidade e mortalidade.
Esse processo se daria em três etapas distintas:
Primeira fase ou Pré-industrial, caracterizada pelo equilíbrio demográfico e por baixos índices de crescimento vegetativo, apoiados em elevadas taxas de natalidade e de mortalidade. Nascem muitos, mas morrem muitos. A elevada mortalidade era decorrente principalmente das precárias condições higiênico-sanitárias, das epidemias, das guerras, fome, etc.
Segunda fase ou transicional, que apresenta as seguintes modificações: num primeiro momento, a redução da mortalidade com o fim das epidemias e os avanços médicos (decorrentes da Revolução Industrial), porém a natalidade ainda se mantém elevada, ocasionando um grande crescimento populacional; num segundo momento, a natalidade começa a cair, reduzindo-se então o crescimento populacional.
Terceira fase ou Evoluída, etapa em que a transição demográfica se completa, com a retomada do equilíbrio demográfico, agora apoiado em baixas taxas de natalidade e de mortalidade. Atualmente estão nessa fase os países desenvolvidos, a maior parte dos quais apresenta taxas de crescimento inferiores a 1% e até negativas. Países cujo crescimento vegetativo se encontra estagnado.
REFLEXÕES SOBRE CRESCIMENTO URBANO E A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO.
A reflexão atual sobre a reprodução do espaço urbano no mundo capitalista de hoje insere a idéia de crise, gerada sobretudo, pelo fenômeno da alta concentração demográfica que acarretam ou contribuem em grande escala com a queda da oferta de trabalho e conseqüentemente com o aumento da taxa de desemprego, onde a pobreza e a violência, aparecem com suas manifestações concretas. A metrópole tende a crescer acima das suas condições de ofertas, uma vez que em seu “espaço geográfico “ ocorre o crescimento industrial com toda sua força. Pierre George fala da destruição da percepção própria do conjunto urbano pela ruptura da unidade funcional da cidade, pela exigüidade do espaço em relação a multiplicação do seu uso, particularmente o lucrativo. As diferenças entre as cidades são profundas, porém, há muitas características comuns especialmente as dramáticas.
A cidade já não é vista como um simples produto natural do desenvolvimento, mais como um ponto de apoio, ou como um fator determinante desse desenvolvimento. “ Sua consideração também deixou de ser tomada como âmbito de uma unidade isolada, hoje pensamos primordialmente, em termos de uma rede ou malha urbana, cujas funções espaciais são mais dinâmicas e abrangentes “
No caso do Brasil, na segunda metade do século XX, tanto o crescimento populacional como o econômico do país estão sendo feitos, de maneira acentuadamente concentrado nas suas regiões metropolitanas. A tendência é sistematicamente reforçada pela dinâmica de circulação de mercadorias, insumos e concentração de serviços nas cidades principais, que acumulam melhores condições de apoio à economia regional. Os programas chamados de descentralizadores ou de desconcentração em relação as áreas metropolitanas, só conseguiram efeitos mínimos e assim mesmo, e assim mesmo visualizaram a valorização de alguns pólos ou eixos de concentração. Nos estudos e trabalhos a esse respeito estavam sempre presentes a teoria dos lugares centrais e pólos de desenvolvimento e a aceitação tácita do desenvolvimento desigual. A competição entre os poucos pólos regionais e os inúmeros municípios deles dependentes deu sempre altos dividendos para os mais fortes.
Considera-se objeto de grande preocupação que o crescimento desordenado das cidades nordestinas, crescimento que tem contribuído para a macrocefalia de uns poços centros urbanos. No passado isso se deu quase sempre em função do papel desempenhado por alguns portos de escoamento de produtos primários. Nesse caso a área de influência de tais centros até onde alcançou o interesse pela exploração agrícola, foi submetida a uma série de transformações cujo objetivo não foi a sua própria manutenção e organização mais o fortalecimento das metrópoles, a serviço da comercialização dos produtos mencionados. Alguns dos maiores centros urbanos nordestinos conservam, até hoje os nossos dias, essas características dominantes de hipertrofia, refletindo ao mesmo tempo seu esforço para diminuir a defasagem em relação ao Sudeste. Esses fenômenos tiveram grandes influencia sobre as questões dos desequilíbrios regionais.
No caso do nordeste, os fluxos migratórios da região que incidem sobre as metrópoles e ao longo da faixa litorânea onde a evolução urbana tem se processado mais acentuadamente. Essas áreas conurbadas, representam por sua vez pressões sociais que afetam diretamente a ação do poder publico cujos orçamentos são insuficientes, principalmente a nível municipal para atender as crescentes necessidades de equipamentos sociais.
Com a complexidade do problema dos transportes urbanos, da coleta e do tratamento do lixo e dos dejetos industriais, a poluição ambiental que são apenas alguns dos problemas que continuam a exigir cada vez mais recursos e imaginação dos administradores. No entanto, o desafio maior parece ser a limitação dos recursos humanos e financeiros, quando confrontados com as aspirações das comunidades. Todavia, vale salientar, que a criação das regiões metropolitanas representam uma tentativa de integração espacial das funções urbanas.
O CASO DO RECIFE
Do aumento em grande escala dos fluxos migratórios para regiões metropolitanas e pelo próprio crescimento vegetativo, principalmente na população de baixa renda, resultam panoramas de pobreza e miséria estampados nas grandes áreas ocupadas por mocambos e casebres. Desta forma, o processo de metropolização do Recife se caracteriza mais pelo crescimento da população que pelo dinamismo da sua economia.
A nova configuração que o grande aglomerado vem assumindo sob o condicionamento de fluxos que selecionam áreas ocupadas pelo traçado “macro-urbano”, influem principalmente:
a) a longa faixa de ocupação praieira.
b) os alongamentos periféricos de indústrias ao longo das rodovias.
c) as áreas planejadas pelos conjuntos habitacionais.
Além dessas repercussões, os efeitos espaciais do crescimento populacional se fazem sentir sobre a localização das atividades urbanas.
Salientando-se que com evolução econômica de caráter urbanizador e metropolizador do espaço, os verdadeiros condicionadores do quadro natural praieiro deixaram de ser o de exclusivo recurso do mar (gênero de vida de pesca) e dos recursos do solo (presença de coqueiros) para se tornarem áreas de concentração humana e de urbanização aceleradas, constituindo atualmente importante área de lazer para uma população com faixa de renda elevada.
GRAÇA KATER.
A reflexão atual sobre a reprodução do espaço urbano no mundo capitalista de hoje insere a idéia de crise, gerada sobretudo, pelo fenômeno da alta concentração demográfica que acarretam ou contribuem em grande escala com a queda da oferta de trabalho e conseqüentemente com o aumento da taxa de desemprego, onde a pobreza e a violência, aparecem com suas manifestações concretas. A metrópole tende a crescer acima das suas condições de ofertas, uma vez que em seu “espaço geográfico “ ocorre o crescimento industrial com toda sua força. Pierre George fala da destruição da percepção própria do conjunto urbano pela ruptura da unidade funcional da cidade, pela exigüidade do espaço em relação a multiplicação do seu uso, particularmente o lucrativo. As diferenças entre as cidades são profundas, porém, há muitas características comuns especialmente as dramáticas.
A cidade já não é vista como um simples produto natural do desenvolvimento, mais como um ponto de apoio, ou como um fator determinante desse desenvolvimento. “ Sua consideração também deixou de ser tomada como âmbito de uma unidade isolada, hoje pensamos primordialmente, em termos de uma rede ou malha urbana, cujas funções espaciais são mais dinâmicas e abrangentes “
No caso do Brasil, na segunda metade do século XX, tanto o crescimento populacional como o econômico do país estão sendo feitos, de maneira acentuadamente concentrado nas suas regiões metropolitanas. A tendência é sistematicamente reforçada pela dinâmica de circulação de mercadorias, insumos e concentração de serviços nas cidades principais, que acumulam melhores condições de apoio à economia regional. Os programas chamados de descentralizadores ou de desconcentração em relação as áreas metropolitanas, só conseguiram efeitos mínimos e assim mesmo, e assim mesmo visualizaram a valorização de alguns pólos ou eixos de concentração. Nos estudos e trabalhos a esse respeito estavam sempre presentes a teoria dos lugares centrais e pólos de desenvolvimento e a aceitação tácita do desenvolvimento desigual. A competição entre os poucos pólos regionais e os inúmeros municípios deles dependentes deu sempre altos dividendos para os mais fortes.
Considera-se objeto de grande preocupação que o crescimento desordenado das cidades nordestinas, crescimento que tem contribuído para a macrocefalia de uns poços centros urbanos. No passado isso se deu quase sempre em função do papel desempenhado por alguns portos de escoamento de produtos primários. Nesse caso a área de influência de tais centros até onde alcançou o interesse pela exploração agrícola, foi submetida a uma série de transformações cujo objetivo não foi a sua própria manutenção e organização mais o fortalecimento das metrópoles, a serviço da comercialização dos produtos mencionados. Alguns dos maiores centros urbanos nordestinos conservam, até hoje os nossos dias, essas características dominantes de hipertrofia, refletindo ao mesmo tempo seu esforço para diminuir a defasagem em relação ao Sudeste. Esses fenômenos tiveram grandes influencia sobre as questões dos desequilíbrios regionais.
No caso do nordeste, os fluxos migratórios da região que incidem sobre as metrópoles e ao longo da faixa litorânea onde a evolução urbana tem se processado mais acentuadamente. Essas áreas conurbadas, representam por sua vez pressões sociais que afetam diretamente a ação do poder publico cujos orçamentos são insuficientes, principalmente a nível municipal para atender as crescentes necessidades de equipamentos sociais.
Com a complexidade do problema dos transportes urbanos, da coleta e do tratamento do lixo e dos dejetos industriais, a poluição ambiental que são apenas alguns dos problemas que continuam a exigir cada vez mais recursos e imaginação dos administradores. No entanto, o desafio maior parece ser a limitação dos recursos humanos e financeiros, quando confrontados com as aspirações das comunidades. Todavia, vale salientar, que a criação das regiões metropolitanas representam uma tentativa de integração espacial das funções urbanas.
O CASO DO RECIFE
Do aumento em grande escala dos fluxos migratórios para regiões metropolitanas e pelo próprio crescimento vegetativo, principalmente na população de baixa renda, resultam panoramas de pobreza e miséria estampados nas grandes áreas ocupadas por mocambos e casebres. Desta forma, o processo de metropolização do Recife se caracteriza mais pelo crescimento da população que pelo dinamismo da sua economia.
A nova configuração que o grande aglomerado vem assumindo sob o condicionamento de fluxos que selecionam áreas ocupadas pelo traçado “macro-urbano”, influem principalmente:
a) a longa faixa de ocupação praieira.
b) os alongamentos periféricos de indústrias ao longo das rodovias.
c) as áreas planejadas pelos conjuntos habitacionais.
Além dessas repercussões, os efeitos espaciais do crescimento populacional se fazem sentir sobre a localização das atividades urbanas.
Salientando-se que com evolução econômica de caráter urbanizador e metropolizador do espaço, os verdadeiros condicionadores do quadro natural praieiro deixaram de ser o de exclusivo recurso do mar (gênero de vida de pesca) e dos recursos do solo (presença de coqueiros) para se tornarem áreas de concentração humana e de urbanização aceleradas, constituindo atualmente importante área de lazer para uma população com faixa de renda elevada.
GRAÇA KATER.
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
VISÃO HOLÍSTICA.
O novo paradigma pode ser chamado de uma visão de mundo holística, que concebe o mundo como um todo integrado, e não como uma coleção de partes dissociadas. Pode também ser denominado visão ecológica, se o termo "ecológica" for empregado num sentido muito mais amplo, mais profundo que o usual. A percepção ecológica profunda reconhece a interdependência fundamental de todos os fenômenos, e o fato de que, enquanto individuos e sociedades, estamos todos encaixados nos processos cíclicos da natureza (em última análise, somos dependente desses processos).
Os dois termos "holístico" e "ecológico" diferem ligeiramente em seu significados, e parece que holístico é um pouco menos apropriado para descrever o novo paradigma. Uma visão holística, digamos, de uma bicicleta significa ver a bicicleta como um todo funcional e compreender, em conformidade com isso, as interdependências das suas partes. Uma visão ecológica da bicicleta inclui isso , mas acrescenta-lhe a percepção de como a bicicleta está encaixada no seu ambiente natural e social – de onde vêm as máterias-primas que entram nela, como foi fabricada, como seu uso afeta o meio ambiente natural e a comunidade pela qual ela é usada, e assim por diante. Essa distinção entre "holístico" e "ecológico" é ainda mais importante quando falamos sobre sistemas vivos, para os quais as conexões com o meio ambiente são muito mais vitais.
O sentido em que eu uso o termo "ecológico" está associado com uma escola filosófica especifica e, além disso, com um movimento popular global conhecido como "ecologia profunda", que está rapidamente adquirindo proeminência. A escola filosófica foi fundada pelo filósofo norueguês Arne Naess, no início da década de 70, com sua distinção entre "ecologia rasa" e "ecologia profunda". Esta distinção é hoje amplamente aceita como um termo muito útil para se referir a uma das principais divisões dentro do pensamento ambientalista contemporâneo.
A ecologia rasa é antropocêntrica, ou centralizada no ser humano. Ela vê os seres humanos como situados acima ou fora da natureza, como a fonte de todos os valores, e atribui apenas um valor instrumental, ou de "uso", à natureza. A ecologia profunda não separa seres humanos – ou qualquer outra coisa – do meio ambiente natural. Ela vê o mundo não como uma coleção de objetos isolados, mas como uma rede de fenômenos que estão fundamentalmente interconectados e são interdependentes. A ecologia profunda reconhece o valor intrínseco de todos os seres vivos e concebe os seres humanos apenas como um fio particular da teia da vida.
Em última análise, a percepção da ecologia profunda é percepção espiritual ou religiosa. Quando a concepção do espírito humano é entendida como o modo de consciência no qual o indivíduo tem uma sensação de pertinência, de conexidade, com o cosmo como um todo, torna-se claro que a percepção ecológica é espiritual na sua essência mais profunda. Não é, pois, de se surpreender, o fato de que a nova visão emergente da realidade baseada na percepção ecológica profunda é consistente com a chamada filosofia perene das tradições espirituais, quer falemos a respeito da espiritualidade dos místicos cristãos, da dos budistas, ou da filosofia e cosmologia subjacente as tradições nativas norte-americanas.
Há outro modo pelo qual Arne Naess caracterizou a ecologia profunda. " A essência da ecologia profunda – diz ele – consiste em formular questões mais profundas". É também essa a essência de uma mudança de paradigma. Precisamos estar preparados para questionar cada aspecto isolado do velho paradigma. Eventualmente, não precisaremos nos desfazer de tudo, mas antes de sabermos isso, devemos estar dispostos a questionar tudo. Portanto, a ecologia profunda faz perguntas profundas a respeito dos próprios fundamentos da nossa visão de mundo e do nosso modo de vida modernos, científicos, industriais, orientados para o crescimento e materialistas. Ela questiona todo esse paradigma com base numa perspectiva ecológica: a partir da perspectiva de nossos relacionamentos uns com os outros, com as gerações futuras e com a teia da vida da qual somos parte.
Trecho do livro "A Teia da Vida" de Fritjof Capra.
Projeto Integrado
Visão Sistêmica
Bacharelado em Análise de Sistemas - 1º Período - Turma A
:: Equipe
Diogo Peixoto - [ diogo@databank.com.br ]
Ezequiel Coradin - [ coradin@rla13.pucpr.br ]
Rafael Gustavo Gassner - [ rgg@rla13.pucpr.br ]
:: Introdução
O objetivo deste trabalho é apresentar uma definição do que é Visão Sistêmica, suas principais características, e fatores históricos que levaram a humanidade a conceber tal forma de inter-relacionamento de sub - sistemas, bem como as conseqüências de tal forma de pensamento.
:: Definição
Para definirmos a Visão Sistêmica, precisamos primeiramente entender qual é o motivo de sua existência. Na análise de sistemas, no ponto de vista histórico, a humanidade sempre tentou entender sub-sistemas isoladamente, não levando em conta sua interação com o todo. A Visão Sistêmica veio como uma evolução natural de tal forma de pensamento, possibilitando uma maior aproximação da realidade da ciência que estuda os sistemas.
:: Histórico
Podemos indicar que historicamente, o que vem mudando na Análise de sistemas é resultado de observações das evoluções que ocorrem nos mais diversos ramos da ciência. Em um primeiro plano, as ciências, principalmente a matemática, tinham por conta que poderiam entender completamente o funcionamento do todo, caso conseguissem entender perfeitamente o funcionamento de suas partes. Tal ponto de vista sistêmico foi sendo alterado, devido à observações em ramos científicos como o da biologia, mais especificamente, nos estudos das evoluções das espécies.
A humanidade, em determinado momento histórico, precisou resolver problemas que não podiam ser entendidos isoladamente, devido à sua complexidade. Esses problemas, na maioria relacionados à questões ecológicas, levou à percepção do paradigma ao qual o pensamento da época estava ancorado, e a partir de então, aconteceu uma evolução na forma de pensamento.
A visão sistêmica portanto tem maior extensão para o entendimento de organizações complexas, que eram praticamente impossíveis se levássemos em conta o paradigma anterior. A visão sistêmica também procura entender a influência das partes entre si, e não somente cada uma isoladamente.
Partimos portanto de um ponto de vista atomista para uma posição atual que tem maior capacidade de entendimento de um todo.
:: Características
A principal característica da Visão Sistêmica é tentar estudar as partes levando em conta o seu papel na estrutura do todo. Isso implica no conceito de que o todo, resultante da junção das partes, é muito maior do que simplesmente a soma destas. Existem características existentes somente para o todo, que nao pode ser encontrado nas partes. A visão sistêmica ignifica contextualizar as partes para entender o funcionamento do todo.
Os atomistas, portanto, defendiam a tese de que se uma parte fosse completamente estudada, o seu todo poderia ser deduzido. Verificamos que tal concepção não é completamente verdadeira, pois, por exemplo, se entendermos completamente o funcionamento de uma mão, ainda assim não temos noção de todas as funcionalidade do corpo, do qual ela pertence, possui.
A visão sistêmica possui aplicação nas mais variadas áreas, tais como nos diversos ramos da ciência, mercados financeiros e até mesmo a nível de relacionamento interpessoal. Tal influência é extremamente produtiva, notadamente nas ciências exatas, que são as que possuem a maior influência histórica de pensamentos e pensadores atomistas.
:: Exemplo
Encontramos na Internet um grupo que utiliza conceitos semelhantes ao da visão sistêmica para explicar a origem da humanidade na terra. Eles entendem que nos, pessoas, não podemos ser entendidas como partes isoladas, mas sim como partes componentes de algo maior. Isso e conhecido como pensamento gaia (ver indicação na bibliografia).
:: Conclusão
A realização do trabalho nos possibilitou o maior conhecimento dos conceitos da visão sistêmica, bem como o motivo da evolução do paradigma em que a humanidade se encontrava, para a forma de pensamento atual. Pudemos perceber também que a visão sistêmica também não é aplicada somente ao campo da informática, muito pelo contrario, surgiu em outras áreas, e pode ser aplicada em praticamente qualquer campo do conhecimento humano. Cabe a nos, futuros profissionais de informática, aplica-la de forma a produzirmos sistemas que não tenham simplesmente a funcionalidade de corrigir um problema, mas sim, de otimizar processos .
:: Bibliografia
http://www.isss.org/lumLVB.htm
http://www.gaiamind.org/
http://pespmc1.vub.ac.be/
O novo paradigma pode ser chamado de uma visão de mundo holística, que concebe o mundo como um todo integrado, e não como uma coleção de partes dissociadas. Pode também ser denominado visão ecológica, se o termo "ecológica" for empregado num sentido muito mais amplo, mais profundo que o usual. A percepção ecológica profunda reconhece a interdependência fundamental de todos os fenômenos, e o fato de que, enquanto individuos e sociedades, estamos todos encaixados nos processos cíclicos da natureza (em última análise, somos dependente desses processos).
Os dois termos "holístico" e "ecológico" diferem ligeiramente em seu significados, e parece que holístico é um pouco menos apropriado para descrever o novo paradigma. Uma visão holística, digamos, de uma bicicleta significa ver a bicicleta como um todo funcional e compreender, em conformidade com isso, as interdependências das suas partes. Uma visão ecológica da bicicleta inclui isso , mas acrescenta-lhe a percepção de como a bicicleta está encaixada no seu ambiente natural e social – de onde vêm as máterias-primas que entram nela, como foi fabricada, como seu uso afeta o meio ambiente natural e a comunidade pela qual ela é usada, e assim por diante. Essa distinção entre "holístico" e "ecológico" é ainda mais importante quando falamos sobre sistemas vivos, para os quais as conexões com o meio ambiente são muito mais vitais.
O sentido em que eu uso o termo "ecológico" está associado com uma escola filosófica especifica e, além disso, com um movimento popular global conhecido como "ecologia profunda", que está rapidamente adquirindo proeminência. A escola filosófica foi fundada pelo filósofo norueguês Arne Naess, no início da década de 70, com sua distinção entre "ecologia rasa" e "ecologia profunda". Esta distinção é hoje amplamente aceita como um termo muito útil para se referir a uma das principais divisões dentro do pensamento ambientalista contemporâneo.
A ecologia rasa é antropocêntrica, ou centralizada no ser humano. Ela vê os seres humanos como situados acima ou fora da natureza, como a fonte de todos os valores, e atribui apenas um valor instrumental, ou de "uso", à natureza. A ecologia profunda não separa seres humanos – ou qualquer outra coisa – do meio ambiente natural. Ela vê o mundo não como uma coleção de objetos isolados, mas como uma rede de fenômenos que estão fundamentalmente interconectados e são interdependentes. A ecologia profunda reconhece o valor intrínseco de todos os seres vivos e concebe os seres humanos apenas como um fio particular da teia da vida.
Em última análise, a percepção da ecologia profunda é percepção espiritual ou religiosa. Quando a concepção do espírito humano é entendida como o modo de consciência no qual o indivíduo tem uma sensação de pertinência, de conexidade, com o cosmo como um todo, torna-se claro que a percepção ecológica é espiritual na sua essência mais profunda. Não é, pois, de se surpreender, o fato de que a nova visão emergente da realidade baseada na percepção ecológica profunda é consistente com a chamada filosofia perene das tradições espirituais, quer falemos a respeito da espiritualidade dos místicos cristãos, da dos budistas, ou da filosofia e cosmologia subjacente as tradições nativas norte-americanas.
Há outro modo pelo qual Arne Naess caracterizou a ecologia profunda. " A essência da ecologia profunda – diz ele – consiste em formular questões mais profundas". É também essa a essência de uma mudança de paradigma. Precisamos estar preparados para questionar cada aspecto isolado do velho paradigma. Eventualmente, não precisaremos nos desfazer de tudo, mas antes de sabermos isso, devemos estar dispostos a questionar tudo. Portanto, a ecologia profunda faz perguntas profundas a respeito dos próprios fundamentos da nossa visão de mundo e do nosso modo de vida modernos, científicos, industriais, orientados para o crescimento e materialistas. Ela questiona todo esse paradigma com base numa perspectiva ecológica: a partir da perspectiva de nossos relacionamentos uns com os outros, com as gerações futuras e com a teia da vida da qual somos parte.
Trecho do livro "A Teia da Vida" de Fritjof Capra.
Projeto Integrado
Visão Sistêmica
Bacharelado em Análise de Sistemas - 1º Período - Turma A
:: Equipe
Diogo Peixoto - [ diogo@databank.com.br ]
Ezequiel Coradin - [ coradin@rla13.pucpr.br ]
Rafael Gustavo Gassner - [ rgg@rla13.pucpr.br ]
:: Introdução
O objetivo deste trabalho é apresentar uma definição do que é Visão Sistêmica, suas principais características, e fatores históricos que levaram a humanidade a conceber tal forma de inter-relacionamento de sub - sistemas, bem como as conseqüências de tal forma de pensamento.
:: Definição
Para definirmos a Visão Sistêmica, precisamos primeiramente entender qual é o motivo de sua existência. Na análise de sistemas, no ponto de vista histórico, a humanidade sempre tentou entender sub-sistemas isoladamente, não levando em conta sua interação com o todo. A Visão Sistêmica veio como uma evolução natural de tal forma de pensamento, possibilitando uma maior aproximação da realidade da ciência que estuda os sistemas.
:: Histórico
Podemos indicar que historicamente, o que vem mudando na Análise de sistemas é resultado de observações das evoluções que ocorrem nos mais diversos ramos da ciência. Em um primeiro plano, as ciências, principalmente a matemática, tinham por conta que poderiam entender completamente o funcionamento do todo, caso conseguissem entender perfeitamente o funcionamento de suas partes. Tal ponto de vista sistêmico foi sendo alterado, devido à observações em ramos científicos como o da biologia, mais especificamente, nos estudos das evoluções das espécies.
A humanidade, em determinado momento histórico, precisou resolver problemas que não podiam ser entendidos isoladamente, devido à sua complexidade. Esses problemas, na maioria relacionados à questões ecológicas, levou à percepção do paradigma ao qual o pensamento da época estava ancorado, e a partir de então, aconteceu uma evolução na forma de pensamento.
A visão sistêmica portanto tem maior extensão para o entendimento de organizações complexas, que eram praticamente impossíveis se levássemos em conta o paradigma anterior. A visão sistêmica também procura entender a influência das partes entre si, e não somente cada uma isoladamente.
Partimos portanto de um ponto de vista atomista para uma posição atual que tem maior capacidade de entendimento de um todo.
:: Características
A principal característica da Visão Sistêmica é tentar estudar as partes levando em conta o seu papel na estrutura do todo. Isso implica no conceito de que o todo, resultante da junção das partes, é muito maior do que simplesmente a soma destas. Existem características existentes somente para o todo, que nao pode ser encontrado nas partes. A visão sistêmica ignifica contextualizar as partes para entender o funcionamento do todo.
Os atomistas, portanto, defendiam a tese de que se uma parte fosse completamente estudada, o seu todo poderia ser deduzido. Verificamos que tal concepção não é completamente verdadeira, pois, por exemplo, se entendermos completamente o funcionamento de uma mão, ainda assim não temos noção de todas as funcionalidade do corpo, do qual ela pertence, possui.
A visão sistêmica possui aplicação nas mais variadas áreas, tais como nos diversos ramos da ciência, mercados financeiros e até mesmo a nível de relacionamento interpessoal. Tal influência é extremamente produtiva, notadamente nas ciências exatas, que são as que possuem a maior influência histórica de pensamentos e pensadores atomistas.
:: Exemplo
Encontramos na Internet um grupo que utiliza conceitos semelhantes ao da visão sistêmica para explicar a origem da humanidade na terra. Eles entendem que nos, pessoas, não podemos ser entendidas como partes isoladas, mas sim como partes componentes de algo maior. Isso e conhecido como pensamento gaia (ver indicação na bibliografia).
:: Conclusão
A realização do trabalho nos possibilitou o maior conhecimento dos conceitos da visão sistêmica, bem como o motivo da evolução do paradigma em que a humanidade se encontrava, para a forma de pensamento atual. Pudemos perceber também que a visão sistêmica também não é aplicada somente ao campo da informática, muito pelo contrario, surgiu em outras áreas, e pode ser aplicada em praticamente qualquer campo do conhecimento humano. Cabe a nos, futuros profissionais de informática, aplica-la de forma a produzirmos sistemas que não tenham simplesmente a funcionalidade de corrigir um problema, mas sim, de otimizar processos .
:: Bibliografia
http://www.isss.org/lumLVB.htm
http://www.gaiamind.org/
http://pespmc1.vub.ac.be/
DAS COISAS SEM SERVENTIA UMA DELAS É A GEOGRAFIA
A Geografia é um desses negócios chatos que inventaram para se a palmatória intelectual das crianças. Não dá prazer nenhum brincar de se recipiente de nomes difíceis e ainda ter que repetir tudo certinho na hora das provas.
A tortura geográfica, comum na maioria das escolas, é um exercício constante de ver um mundo de coisas, decorar o máximo e não aprender nada. São aquelas palavras cheias nós consonantais que, vez por outra, o sujeito tem que repetir lá na frente, correndo o risco de se engasgar com uma montanha e ser motivo de deboche a semana inteira.
A utilidade que a criança vê em aprender Geografia é a mesma que tem o aquecedor do Lada, apropriado para derreter neve, no Nordeste brasileiro. No fundo, é uma violência desmedida da sociedade inteira contra a meninada que queria mesmo era brincar e fazer coisas divertidas.
Ao invés de sentar para ouvir assuntos estranhos à sua vida, talvez a criança preferisse conversar sobre sua casa com aqueles terríveis conflitos do espaço ou sobre o bairro com suas ruas plenas de lembranças, ou da cidade com os seus atrativos e desafios.
A infância para passear é uma reivindicação permanente, um outdoor estampado na testa de milhares de meninas e meninos. Botar os pés no chão e sair por aí conhecendo os lugares: andando, olhando, com admiração e medo, a loucura das construções adultas, sentido o cheiro das árvores e da fumaça das fábricas, tateando vitrines como muros impenetráveis, ouvindo o rugir dos sapatos apressados nas horas de pique das praças centrais.
Todavia, como diz Rubem Alves, a infância é uma coisa inútil, assim como tudo mais nesta sociedade da produção e do consumo, onde a criança só vale enquanto promessa de boa fortuna.
A Geografia que se aprende na escola, aparentemente inútil, tem uma utilidade ímpar porque produz uma enorme massa enorme de alienados. As pessoas não sabem que o espaço em que vivem tem um sentido que não aparece, porque detrás dos objetos sem história há histórias que desconhecemos. É que estávamos pensando no Himalaia enquanto o serviço de transporte coletivo em João Pessoa foi pensado para enriquecer os empresários e servir mal a população sem rodas.
Em uma “cidade boa para viver”, talvez não seja de bom tom usar da Geografia para perceber favelas pipocando aos quatro cantos, ou para demonstrar que é possível de um mesmo ponto da verde “Paris brasileira” – o Bar da Pólvora – admirar o pôr-do-sol e ver o lixão do Roger, ou para entender a origem dos ‘Pegas” desiguais na Epitácio Pessoa entre carros importados e carroças puxadas a burro. O mesmo espaço comporta jegues e jatos. (OLIVEIRA, 1991: 66).
As pessoas podem até não acreditar, mas a ciência geográfica tem uma utilidade que poucos conseguem ver, pois um dos papéis que cumpre é justamente o de cegar a sociedade, desde a infância, de uma leitura da produção social deste espaço cheio de contradições.
Por outro lado, como em tudo mais, o fazer científico só serve quando feito por prazer, coisa esquecida nestes tempos cabeludos em que viver, para a felicidade é quase um crime, parafraseando Brecht. A Geografia, assim como a criança, é um perigo para os homens sérios que fazem do lucro seu sentido existencial, porque no meio da brincadeira ela pode deixar muitos reis completamente nus.
Prof. Manoel Fernandes de S. Neto, UFPB.
A Geografia é um desses negócios chatos que inventaram para se a palmatória intelectual das crianças. Não dá prazer nenhum brincar de se recipiente de nomes difíceis e ainda ter que repetir tudo certinho na hora das provas.
A tortura geográfica, comum na maioria das escolas, é um exercício constante de ver um mundo de coisas, decorar o máximo e não aprender nada. São aquelas palavras cheias nós consonantais que, vez por outra, o sujeito tem que repetir lá na frente, correndo o risco de se engasgar com uma montanha e ser motivo de deboche a semana inteira.
A utilidade que a criança vê em aprender Geografia é a mesma que tem o aquecedor do Lada, apropriado para derreter neve, no Nordeste brasileiro. No fundo, é uma violência desmedida da sociedade inteira contra a meninada que queria mesmo era brincar e fazer coisas divertidas.
Ao invés de sentar para ouvir assuntos estranhos à sua vida, talvez a criança preferisse conversar sobre sua casa com aqueles terríveis conflitos do espaço ou sobre o bairro com suas ruas plenas de lembranças, ou da cidade com os seus atrativos e desafios.
A infância para passear é uma reivindicação permanente, um outdoor estampado na testa de milhares de meninas e meninos. Botar os pés no chão e sair por aí conhecendo os lugares: andando, olhando, com admiração e medo, a loucura das construções adultas, sentido o cheiro das árvores e da fumaça das fábricas, tateando vitrines como muros impenetráveis, ouvindo o rugir dos sapatos apressados nas horas de pique das praças centrais.
Todavia, como diz Rubem Alves, a infância é uma coisa inútil, assim como tudo mais nesta sociedade da produção e do consumo, onde a criança só vale enquanto promessa de boa fortuna.
A Geografia que se aprende na escola, aparentemente inútil, tem uma utilidade ímpar porque produz uma enorme massa enorme de alienados. As pessoas não sabem que o espaço em que vivem tem um sentido que não aparece, porque detrás dos objetos sem história há histórias que desconhecemos. É que estávamos pensando no Himalaia enquanto o serviço de transporte coletivo em João Pessoa foi pensado para enriquecer os empresários e servir mal a população sem rodas.
Em uma “cidade boa para viver”, talvez não seja de bom tom usar da Geografia para perceber favelas pipocando aos quatro cantos, ou para demonstrar que é possível de um mesmo ponto da verde “Paris brasileira” – o Bar da Pólvora – admirar o pôr-do-sol e ver o lixão do Roger, ou para entender a origem dos ‘Pegas” desiguais na Epitácio Pessoa entre carros importados e carroças puxadas a burro. O mesmo espaço comporta jegues e jatos. (OLIVEIRA, 1991: 66).
As pessoas podem até não acreditar, mas a ciência geográfica tem uma utilidade que poucos conseguem ver, pois um dos papéis que cumpre é justamente o de cegar a sociedade, desde a infância, de uma leitura da produção social deste espaço cheio de contradições.
Por outro lado, como em tudo mais, o fazer científico só serve quando feito por prazer, coisa esquecida nestes tempos cabeludos em que viver, para a felicidade é quase um crime, parafraseando Brecht. A Geografia, assim como a criança, é um perigo para os homens sérios que fazem do lucro seu sentido existencial, porque no meio da brincadeira ela pode deixar muitos reis completamente nus.
Prof. Manoel Fernandes de S. Neto, UFPB.
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
Brasil na Nova Ordem Mundial
A inserção do Brasil na "nova ordem" mundial está inexoravelmente condicionada à adequação das instituições nacionais às demandas do mercado global.
A afirmativa acima pode e deve ser estendida tão amplamente quanto possível, relativizada em todos os sentidos e problematizada extensivamente: em primeiro lugar, inserir o Brasil na "nova ordem" (e até aqui somente manterei as aspas) não significará de maneira alguma submeter uma nacionalidade (a nossa!) a outras, ou abdicar a qualquer uma, ou, no meu entender, menos ainda, priorizar esta ou aquela nacionalidade em detrimento de qualquer benefício coletivo supranacional ou internacional, no sentido geral de VELLOSO, FRITSCH et alii , dentre outro autores; em seguida, compreendo nova ordem como à situação dinâmica de transformações que o mundo passou a apresentar em sua estrutura geopolítica e megaeconômica nos períodos imediatamente antecedente e subseqüente à derrocada dos regimes socialistas no leste-europeu; neste sentido a nova ordem tem muito mais de "nova" que propriamente de "ordem", ficando o adjetivo com a mais relevante parcela semântica da expressão, pelo que se pode depreender da discussão em torno do tema ; o condicionamento da inserção a uma ordem que é mais "nova" que "ordem" propriamente, significa que esta inserção pode ou não ocorrer, que ela pode ocorrer em maior ou menor grau, que ela pode ocorrer de formas diferentes e segundo relações de forças diferentes; o passo seguinte em minha afirmativa, que menciona adequação, refere-se a toda transformação que se fizer necessária, dentro de um projeto em que se tenha um determinado tipo de inserção como meta coletiva identificada; as instituições a que me refiro são todas, o governo, os partidos, os sindicatos, as associações profissionais, ONGs de toda espécie etc.; o mercado aqui referido, por sua vez, é também compreendido no mais amplo sentido, ou seja, todas as ofertas e demandas econômicas, políticas e sociais conjugadas e interagintes; e global por considerar-se na afirmação que, em quaisquer venham a ser os modelos adotados, o componente macrodimencional das relações internacionais em todos os campos do já referido mercado, são um fator que se pode tomar como ponto passivo. Voltarei a estas questões como um pouco mais de profundidade à frente. Em artigo exaustivamente veiculado como Introdução a vários volumes de sua organização nas publicações do Fórum Nacional , o ex-Ministro Reis Velloso estabelece uma conexão necessária entre governabilidade e o alcance de um desejável grau de modernidade econômica, política e social.
Quero crer que as adequações institucionais ao mercado, a que me referi acima, sejam as mesmas que levem a estas modernidades, as mesmas capazes de gerar a governabilidade de longo prazo. Isso do ponto de vista segundo o qual as adequações em referência constituam um projeto nacional ideal ou em curso e a mencionada inserção um desiderato coletivo identificado, aspectos estes que, a partir deste ponto, passo a ter como premissa.
Governabilidade em longo prazo, em tempo histórico de longa duração, num mundo completamente interdependente, paradoxalmente submetido (ainda que provisoriamente) à hegemonia dos EUA, significaria alcançar-se uma paz universal que, se desejável do ponto de vista utópico, certamente não se entrevê, pelo menos em curto prazo, sob outra ótica. Esta governabilidade a longo prazo se aproxima muito do que tem sido chamado "fim da História" por Fukuyama e pelos que lhe seguiram os passos. Esta governabilidade em longo prazo, ou a falta de perspectiva para que ela seja alcançada é que Hobsbawn parece ter se desiludido de ver em nossos dias, por inúmeros problemas locais, alguns ligados a grupos ultranacionalistas, e outros problemas globais como o recrudescimento do xenofobismo e a própria falibilidade do liberalismo keynesiano, mesmo em sua vertente dita neoliberal, em que os países redemocratizados do leste têm se mergulhado, um tanto apressadamente (ainda segundo Hobsbawn). Ou seja, do conjunto destas opiniões: adequar as instituições às demandas do mercado global alcançando assim a governabilidade seria dar um passo na direção do fim da história, que está tão distante quanto sempre, pois a derrocada do socialismo, ao contrário de simplesmente eliminar os problemas a guerra fria, trouxe de volta antigos problemas que estavam "congelados" pelo socialismo e pela bipolarização.
Este último parágrafo propositalmente mistura as idéias dos autores construindo um paradoxo que, se apresenta uma lógica aparente, posto que frágil, não passa de um artifício meu para argumentação.
Minha tese, pelo contrário, e sou otimista confesso, é que estamos nos aproximando de um tempo em que às condições gerais serão consideravelmente melhores que as de qualquer outro período histórico para qualquer corte geográfico, e no qual os atores globais agirão de uma forma cooperativa muito mais nítida e com uma continuidade positiva no desenvolvimento desta cooperatividade. Creio que se esteja alcançando no mundo moderno um estágio no qual se perceba que a cooperação é a melhor condição de competição, e vice-versa. Voltarei a este ponto. Por enquanto pretendo apontar alguns aspectos da ordem internacional como fatores a serem vistos como determinantes para a natureza das transformações institucionais que ora estão em curso e cuja dinâmica e tendências devem ser bem compreendidas para a elaboração de qualquer projeto em longo prazo. PANORAMA INTERNACIONAL O primeiro aspecto que pretendo apontar é a questão do liberalismo e do neoliberalismo. Tomado um pelo outro, compreendido em sua forma atual como a unanimidade praticada pelo mercado global, há ainda uma série de realidades diferentes nas quais pretende-se que se pratique uma mesma doutrina (ou exerça a mesma prática) econômica; as discrepâncias entre os hemisférios Norte e Sul, ao contrário de diminuírem, vêm se recrudescendo; dentro do Brasil, a distância entre os mais pobres e os mais ricos é maior nos últimos anos, e a proporção entre uns e outros é ainda mais desigual , na maioria dos nesses a realidade não é muito melhor que aqui. Mesmo no primeiro mundo, malgrado o gigantesco esforço financeiro e gerencial dos países mais ricos, há ainda um enorme fosso entre o Oeste (principalmente os países de democracia estável desde a Segunda Guerra) e o Leste (recém advindo do socialismo). A este respeito veja-se artigo de Helmut Koln (em VELLOSO, 1993a); por outro lado, há uma pluralidade de liberalismos (enquanto movimento de idéias, enquanto origens distintas, enquanto concepções de estado) que, se ultrapassarmos o extrato comum estabelecido pela economia de mercado e pelo estado mínimo, já estaremos em tantas vertentes quantos são os autores que se dedicam ao tema . Mas também não é o aspecto da gênese ou a tipificação do liberalismo que importa aqui centralmente. O cerne da questão é se o liberalismo é viável, se é compatível com a democracia procedimental (de Bobbio, ainda) ou qualquer outra, e se será a alternativa para integrar parcelas cada vez mais abrangentes ao mercado econômico e político. O problema que se coloca para o liberalismo neste momento histórico não é o mesmo com o qual ele já se defrontou anteriormente, pois a realidade dos megamercados e da dinâmica dos fluxos de capitais por todo o planeta constituem uma novidade. E não estamos mais questionando se o liberalismo será viável aqui ou ali, ou se durante tanto ou quanto tempo, mas a questão que se apresenta é se o liberalismo é a alternativa que dará conta de regular todo o mercado global e todos os mercados globais, o político, o econômico, e o social, satisfazendo crescentemente às complexas demandas que continuamente crescem em cada um destes setores. Esta questão sobre a hegemonia do liberalismo e sua viabilidade decorre de uma outra que é não menos importante para a compreensão da ordem atual, bem como aponta seguramente caminhos pelos quais não se pretende (ou pelo menos não sei de quem mais pretenda) caminhar: o fim do "socialismo real", ou seja, sua capitulação face à economia de mercado no final dos anos 80 recoloca determinadas questões sobre a concepção de mundo no estágio em que estavam no século XIX, ao mesmo tempo em que lança o mundo no século XXI avant la letre, ainda nos anos 90. No pensamento de Hobsbawn (op.cit.) o século XX teria sido a era em torno da Revolução de Outubro. E este tempo acabou. Aliás acabou tudo, ou pelo menos Hobsbawn – malgrado sua discordância com Fukuyama – deu seu adeus a tudo aquilo, ainda que o fazendo numa direção completamente oposta à deste último. Com o colapso do socialismo acaba a ideologia (e a praxis) que em sua fundamentação e gênese preconizava a necessidade da extensão de sua abrangência a todo o planeta, por meio de ações planejadas de estado, da "exportação da revolução" etc., mas sempre por ações especificamente racionalizadas com este fim; e subsiste a ideologia que, mesmo que em alguma de suas vertentes possa ter aspirado à hegemonia, em nenhuma de suas escolas prega a essa necessidade como absoluta, e de forma alguma interferiu racionalmente neste sentido, exceto, e aqui está o ponto, por se opor passivamente (e nem sempre pacificamente) ao intervencionismo socialista. A minha visão é que o socialismo se opôs a todos os preceitos do liberalismo e atacou cada um deles, enquanto o liberalismo só se opôs a um preceito do socialismo, mas um que é tudo para ele: o seu intervencionismo. O socialismo não foi viável pela sua burocracia, pelo baixo estímulo individual no mercado direcionado, pela inflexibilidade, e por tantas causas bem conhecidas, que levaram o PIB da URSS a involuir em números relativos e absolutos a partir de meados dos anos 70, mas cujas explicações ainda estão por serem delineadas pelo conhecimento histórico. Não se desconsidere o papel da corrida armamentista neste rol de causas, mas este processo, como uma espada de dois gumes, se é inquestionavelmente uma variável a ser ponderada, feriu os dois oponentes aproximadamente no mesmo grau; apenas as capacidades de resistir ao golpe foram diferentes. Que resta ao fim do socialismo? O fim da história? Ou seja, a ausência de antagonismo, ou, em outros termos, a falta de antítese, faz cessar o processo (dialético?) da história? O mundo esteve excessivamente acostumado a transpor para todos as esferas (desde a política até a psicológica, passando pela histórica) a realidade da guerra fria, a dicotomia ideológica do mundo do século XX. No compreender dos fautores do fim da história, o homem (o tal "último homem") vai se desmotivar da competição, pelo caráter dominante da cooperação que haverá em todos os níveis, desde entre os Estados até as microesferas da relação social, e se aproximará de uma isothymia (o que é o mesmo que athymia, no meu entender) que o descaracterizará enquanto ser político. Mas por mais instigante que seja esta linha de pensamento de Fukuyama, por mais erudita e bem fundamentada, e por mais que ele defenda seu ponto de vista alegando uma compreensão histórica processualista em oposição à outra dita evenementiel, há que se ter em conta um par de questões dentre as quais a grande instabilidade que o fim do socialismo lançou no leste europeu e a questão da relativa decadência dos EUA, que inquestionavelmente fazem da situação internacional de hoje, muito menos que um oceano em plena calmaria, uma série de mares revoltos com correntes ainda desconhecidas. O fato de não se saber os rumos dos processos, o fato de que a situação atual não permite nenhum tipo válido de exercício especulativo (ao qual o historiador não é dado por vocação, diga-se de passagem) não significa em absoluto o fim da história, muito pelo contrário, a ausência de uma ordem internacional (o que no momento chamamos nova ordem) faz necessariamente que os atores ajam, ou seja, que se processem os fenômenos que são característicos da história; da história viva, da história em processo, das transformações sociais, políticas e econômicas que são características da humanidade, quer haja competição quer haja cooperação dominantemente. E, ainda que não se possa prever o que ocorrerá, pois isto é matéria alheia à ciência, certamente se pode supor sem grande risco de erro que a velocidade das transformações será ainda mais rápida que as anteriores, que os processos serão ainda mais acelerados, pois a contínua aceleração dos processos históricos ao logo da macro-história talvez seja a única lei sobre a qual haja unanimidade, ou seja, ao contrário de um "fim da história", o que se terá será mais história ainda. E o homem, ao invés de se desumanizar, se humanizará mais ainda, passando a buscar a magalothymia na competição e cooperação interagindo dialeticamente, ou em qualquer uma delas, pela busca de sua otimização
A inserção do Brasil na "nova ordem" mundial está inexoravelmente condicionada à adequação das instituições nacionais às demandas do mercado global.
A afirmativa acima pode e deve ser estendida tão amplamente quanto possível, relativizada em todos os sentidos e problematizada extensivamente: em primeiro lugar, inserir o Brasil na "nova ordem" (e até aqui somente manterei as aspas) não significará de maneira alguma submeter uma nacionalidade (a nossa!) a outras, ou abdicar a qualquer uma, ou, no meu entender, menos ainda, priorizar esta ou aquela nacionalidade em detrimento de qualquer benefício coletivo supranacional ou internacional, no sentido geral de VELLOSO, FRITSCH et alii , dentre outro autores; em seguida, compreendo nova ordem como à situação dinâmica de transformações que o mundo passou a apresentar em sua estrutura geopolítica e megaeconômica nos períodos imediatamente antecedente e subseqüente à derrocada dos regimes socialistas no leste-europeu; neste sentido a nova ordem tem muito mais de "nova" que propriamente de "ordem", ficando o adjetivo com a mais relevante parcela semântica da expressão, pelo que se pode depreender da discussão em torno do tema ; o condicionamento da inserção a uma ordem que é mais "nova" que "ordem" propriamente, significa que esta inserção pode ou não ocorrer, que ela pode ocorrer em maior ou menor grau, que ela pode ocorrer de formas diferentes e segundo relações de forças diferentes; o passo seguinte em minha afirmativa, que menciona adequação, refere-se a toda transformação que se fizer necessária, dentro de um projeto em que se tenha um determinado tipo de inserção como meta coletiva identificada; as instituições a que me refiro são todas, o governo, os partidos, os sindicatos, as associações profissionais, ONGs de toda espécie etc.; o mercado aqui referido, por sua vez, é também compreendido no mais amplo sentido, ou seja, todas as ofertas e demandas econômicas, políticas e sociais conjugadas e interagintes; e global por considerar-se na afirmação que, em quaisquer venham a ser os modelos adotados, o componente macrodimencional das relações internacionais em todos os campos do já referido mercado, são um fator que se pode tomar como ponto passivo. Voltarei a estas questões como um pouco mais de profundidade à frente. Em artigo exaustivamente veiculado como Introdução a vários volumes de sua organização nas publicações do Fórum Nacional , o ex-Ministro Reis Velloso estabelece uma conexão necessária entre governabilidade e o alcance de um desejável grau de modernidade econômica, política e social.
Quero crer que as adequações institucionais ao mercado, a que me referi acima, sejam as mesmas que levem a estas modernidades, as mesmas capazes de gerar a governabilidade de longo prazo. Isso do ponto de vista segundo o qual as adequações em referência constituam um projeto nacional ideal ou em curso e a mencionada inserção um desiderato coletivo identificado, aspectos estes que, a partir deste ponto, passo a ter como premissa.
Governabilidade em longo prazo, em tempo histórico de longa duração, num mundo completamente interdependente, paradoxalmente submetido (ainda que provisoriamente) à hegemonia dos EUA, significaria alcançar-se uma paz universal que, se desejável do ponto de vista utópico, certamente não se entrevê, pelo menos em curto prazo, sob outra ótica. Esta governabilidade a longo prazo se aproxima muito do que tem sido chamado "fim da História" por Fukuyama e pelos que lhe seguiram os passos. Esta governabilidade em longo prazo, ou a falta de perspectiva para que ela seja alcançada é que Hobsbawn parece ter se desiludido de ver em nossos dias, por inúmeros problemas locais, alguns ligados a grupos ultranacionalistas, e outros problemas globais como o recrudescimento do xenofobismo e a própria falibilidade do liberalismo keynesiano, mesmo em sua vertente dita neoliberal, em que os países redemocratizados do leste têm se mergulhado, um tanto apressadamente (ainda segundo Hobsbawn). Ou seja, do conjunto destas opiniões: adequar as instituições às demandas do mercado global alcançando assim a governabilidade seria dar um passo na direção do fim da história, que está tão distante quanto sempre, pois a derrocada do socialismo, ao contrário de simplesmente eliminar os problemas a guerra fria, trouxe de volta antigos problemas que estavam "congelados" pelo socialismo e pela bipolarização.
Este último parágrafo propositalmente mistura as idéias dos autores construindo um paradoxo que, se apresenta uma lógica aparente, posto que frágil, não passa de um artifício meu para argumentação.
Minha tese, pelo contrário, e sou otimista confesso, é que estamos nos aproximando de um tempo em que às condições gerais serão consideravelmente melhores que as de qualquer outro período histórico para qualquer corte geográfico, e no qual os atores globais agirão de uma forma cooperativa muito mais nítida e com uma continuidade positiva no desenvolvimento desta cooperatividade. Creio que se esteja alcançando no mundo moderno um estágio no qual se perceba que a cooperação é a melhor condição de competição, e vice-versa. Voltarei a este ponto. Por enquanto pretendo apontar alguns aspectos da ordem internacional como fatores a serem vistos como determinantes para a natureza das transformações institucionais que ora estão em curso e cuja dinâmica e tendências devem ser bem compreendidas para a elaboração de qualquer projeto em longo prazo. PANORAMA INTERNACIONAL O primeiro aspecto que pretendo apontar é a questão do liberalismo e do neoliberalismo. Tomado um pelo outro, compreendido em sua forma atual como a unanimidade praticada pelo mercado global, há ainda uma série de realidades diferentes nas quais pretende-se que se pratique uma mesma doutrina (ou exerça a mesma prática) econômica; as discrepâncias entre os hemisférios Norte e Sul, ao contrário de diminuírem, vêm se recrudescendo; dentro do Brasil, a distância entre os mais pobres e os mais ricos é maior nos últimos anos, e a proporção entre uns e outros é ainda mais desigual , na maioria dos nesses a realidade não é muito melhor que aqui. Mesmo no primeiro mundo, malgrado o gigantesco esforço financeiro e gerencial dos países mais ricos, há ainda um enorme fosso entre o Oeste (principalmente os países de democracia estável desde a Segunda Guerra) e o Leste (recém advindo do socialismo). A este respeito veja-se artigo de Helmut Koln (em VELLOSO, 1993a); por outro lado, há uma pluralidade de liberalismos (enquanto movimento de idéias, enquanto origens distintas, enquanto concepções de estado) que, se ultrapassarmos o extrato comum estabelecido pela economia de mercado e pelo estado mínimo, já estaremos em tantas vertentes quantos são os autores que se dedicam ao tema . Mas também não é o aspecto da gênese ou a tipificação do liberalismo que importa aqui centralmente. O cerne da questão é se o liberalismo é viável, se é compatível com a democracia procedimental (de Bobbio, ainda) ou qualquer outra, e se será a alternativa para integrar parcelas cada vez mais abrangentes ao mercado econômico e político. O problema que se coloca para o liberalismo neste momento histórico não é o mesmo com o qual ele já se defrontou anteriormente, pois a realidade dos megamercados e da dinâmica dos fluxos de capitais por todo o planeta constituem uma novidade. E não estamos mais questionando se o liberalismo será viável aqui ou ali, ou se durante tanto ou quanto tempo, mas a questão que se apresenta é se o liberalismo é a alternativa que dará conta de regular todo o mercado global e todos os mercados globais, o político, o econômico, e o social, satisfazendo crescentemente às complexas demandas que continuamente crescem em cada um destes setores. Esta questão sobre a hegemonia do liberalismo e sua viabilidade decorre de uma outra que é não menos importante para a compreensão da ordem atual, bem como aponta seguramente caminhos pelos quais não se pretende (ou pelo menos não sei de quem mais pretenda) caminhar: o fim do "socialismo real", ou seja, sua capitulação face à economia de mercado no final dos anos 80 recoloca determinadas questões sobre a concepção de mundo no estágio em que estavam no século XIX, ao mesmo tempo em que lança o mundo no século XXI avant la letre, ainda nos anos 90. No pensamento de Hobsbawn (op.cit.) o século XX teria sido a era em torno da Revolução de Outubro. E este tempo acabou. Aliás acabou tudo, ou pelo menos Hobsbawn – malgrado sua discordância com Fukuyama – deu seu adeus a tudo aquilo, ainda que o fazendo numa direção completamente oposta à deste último. Com o colapso do socialismo acaba a ideologia (e a praxis) que em sua fundamentação e gênese preconizava a necessidade da extensão de sua abrangência a todo o planeta, por meio de ações planejadas de estado, da "exportação da revolução" etc., mas sempre por ações especificamente racionalizadas com este fim; e subsiste a ideologia que, mesmo que em alguma de suas vertentes possa ter aspirado à hegemonia, em nenhuma de suas escolas prega a essa necessidade como absoluta, e de forma alguma interferiu racionalmente neste sentido, exceto, e aqui está o ponto, por se opor passivamente (e nem sempre pacificamente) ao intervencionismo socialista. A minha visão é que o socialismo se opôs a todos os preceitos do liberalismo e atacou cada um deles, enquanto o liberalismo só se opôs a um preceito do socialismo, mas um que é tudo para ele: o seu intervencionismo. O socialismo não foi viável pela sua burocracia, pelo baixo estímulo individual no mercado direcionado, pela inflexibilidade, e por tantas causas bem conhecidas, que levaram o PIB da URSS a involuir em números relativos e absolutos a partir de meados dos anos 70, mas cujas explicações ainda estão por serem delineadas pelo conhecimento histórico. Não se desconsidere o papel da corrida armamentista neste rol de causas, mas este processo, como uma espada de dois gumes, se é inquestionavelmente uma variável a ser ponderada, feriu os dois oponentes aproximadamente no mesmo grau; apenas as capacidades de resistir ao golpe foram diferentes. Que resta ao fim do socialismo? O fim da história? Ou seja, a ausência de antagonismo, ou, em outros termos, a falta de antítese, faz cessar o processo (dialético?) da história? O mundo esteve excessivamente acostumado a transpor para todos as esferas (desde a política até a psicológica, passando pela histórica) a realidade da guerra fria, a dicotomia ideológica do mundo do século XX. No compreender dos fautores do fim da história, o homem (o tal "último homem") vai se desmotivar da competição, pelo caráter dominante da cooperação que haverá em todos os níveis, desde entre os Estados até as microesferas da relação social, e se aproximará de uma isothymia (o que é o mesmo que athymia, no meu entender) que o descaracterizará enquanto ser político. Mas por mais instigante que seja esta linha de pensamento de Fukuyama, por mais erudita e bem fundamentada, e por mais que ele defenda seu ponto de vista alegando uma compreensão histórica processualista em oposição à outra dita evenementiel, há que se ter em conta um par de questões dentre as quais a grande instabilidade que o fim do socialismo lançou no leste europeu e a questão da relativa decadência dos EUA, que inquestionavelmente fazem da situação internacional de hoje, muito menos que um oceano em plena calmaria, uma série de mares revoltos com correntes ainda desconhecidas. O fato de não se saber os rumos dos processos, o fato de que a situação atual não permite nenhum tipo válido de exercício especulativo (ao qual o historiador não é dado por vocação, diga-se de passagem) não significa em absoluto o fim da história, muito pelo contrário, a ausência de uma ordem internacional (o que no momento chamamos nova ordem) faz necessariamente que os atores ajam, ou seja, que se processem os fenômenos que são característicos da história; da história viva, da história em processo, das transformações sociais, políticas e econômicas que são características da humanidade, quer haja competição quer haja cooperação dominantemente. E, ainda que não se possa prever o que ocorrerá, pois isto é matéria alheia à ciência, certamente se pode supor sem grande risco de erro que a velocidade das transformações será ainda mais rápida que as anteriores, que os processos serão ainda mais acelerados, pois a contínua aceleração dos processos históricos ao logo da macro-história talvez seja a única lei sobre a qual haja unanimidade, ou seja, ao contrário de um "fim da história", o que se terá será mais história ainda. E o homem, ao invés de se desumanizar, se humanizará mais ainda, passando a buscar a magalothymia na competição e cooperação interagindo dialeticamente, ou em qualquer uma delas, pela busca de sua otimização
A Urbanização Brasileira
Urbanização, uma tendência mundial
A população mundial, que já atingiu a cifra de 6 bilhões de habitantes, continua crescendo, embora de forma cada mais desacelerada.Esse crescimento, no entanto, não é homogêneo. Em primeiro lugar, os países de economias menos desenvolvidas são os que mais contribuem para o acréscimo de pessoas, uma vez que, nessas regiões, o crescimento vegetativo da população é maior.
Por outro lado, percebe-se que a urbanização é um fenômeno cada vez mais generalizado no mundo. Em 1960, a população urbana representava 34% da população mundial; em 1992, esse percentual saltou para 44% e estima-se que em 2025, 61,01% de toda a população mundial viva nas cidades.
O crescimento do número de pessoas que vivem nas cidades deve ser explicado, principalmente, pelo forte êxodo rural que, resulta do processo de mecanização agrícola, por problemas como a concentração fundiária e pela perspectiva de melhoria das condições de vida nas cidades. Como nas economias mais desenvolvidas esse processo já vinha acontecendo desde o século passado e já está estabilizado, é possível pensar que o crescimento urbano, nos dias atuais, seja um fenômeno característico de países mais pobres.
Industrialização, modernização da economia e urbanização no Brasil
Tecnicamente, a urbanização consiste no aumento relativo da população das cidades, acompanhada, portanto, pela redução da porcentagem dos contingentes populacionais do campo. Na maioria dos exemplos históricos, a urbanização foi precedida ou ocorreu simultaneamente com a industrialização.
No Brasil, as bases da industrialização foram lançadas na década de 1930, durante o governo de Getúlio Vargas, e a consolidação do processo deu-se nas décadas de 1950 e 1960. Dessa forma, desencadeou-se um quadro de modernização de toda a economia, que elevou as cidades à posição central na vida brasileira.
Por outro lado, a modernização também atingiu as atividades agrárias, gerando desemprego e miséria nas zonas rurais, o que levou um grande contingente populacional do campo em direção às cidades. Esse período foi marcado por intensas migrações, tanto no sentido do campo para as cidades, como, num quadro mais amplo, dos estados e regiões de economia agrária para o Sudeste industrializado.
O processo de modernização da economia brasileira, até os dias de hoje, não levou à superação da pobreza e das desigualdades sociais. A modernização aprofundou as desigualdades já existentes, geradas num passado distante, pois esteve apoiada numa maior concentração de rendas. Apesar da expansão das camadas médias, que apresentam um bom poder aquisitivo e contribuíram para a expansão do mercado consumidor, a diferença de rendimentos entre ricos e pobres é hoje muito maior do que no início da modernização.
Os movimentos populacionais e a urbanização
O êxodo rural ou migração rural-urbana tem como causas principais a industrialização e geração de empregos nas cidades, além das transformações e problemas no campo, como a concentração fundiária, mecanização rural e mudanças nas relações de trabalho na agropecuária.
No caso brasileiro, as grandes cidades, em que pesem os problemas sociais persistentes, ofereciam condições muito vantajosas para os numerosos contingentes que para lá se deslocavam:
• empregos no setor secundário (indústria e construção civil); • rápida expansão do setor terciário, criando postos de trabalho no comércio, nos bancos, nos serviços em geral; • maiores oportunidades de lazer e entretenimento; • melhor infra-estrutura de saúde, transportes e saneamento básico.
O desenvolvimento urbano-industrial provocou uma aceleração das migrações regionais, durante os anos 1950, 1960 e 1970. O principal deslocamento populacional, que marcou esse período, ocorreu entre as regiões Nordeste e Sudeste. Milhões de pessoas transferiram-se para o eixo Rio-São Paulo, atraídas por uma inédita oferta de empregos, gerada no seio de uma rápida industrialização, o que também levou a uma urbanização caótica.
A urbanização concentradora: o processo de metropolização
Nos países desenvolvidos a urbanização reflete-se na melhoria da qualidade de vida e expansão da rede de serviços. Na América Latina, entretanto, o intenso êxodo rural e a carência de empregos nos setores secundário e terciário trouxeram conseqüências como a expansão das favelas, o crescimento da economia informal e, em muitos casos, o aumento do contingente de população pobre, num processo denominado inchaço urbano.
O desenvolvimento metropolitano veio, portanto, acompanhado de problemas sociais e ambientais, tais como a falta de moradias e favelização, a carência de infra-estrutura urbana, o crescimento da economia informal, a poluição, o trânsito, periferização da população pobre e ocupação de áreas de mananciais.
Em São Paulo, por exemplo, o crescimento provocou intensa conurbação (integração física entre áreas urbanas), criando uma gigantesca área urbana que abriga 37 municípios – A Grande São Paulo. Entre eles destacam-se Guarulhos, Osasco e o chamado ABCD – Santo André, São Bernardo, São Caetano do Sul e Diadema. Esses municípios formam a principal região industrial do país, sediando as mais dinâmicas empresas nacionais e multinacionais.
A capital paulista é a maior cidade do país e uma das maiores cidades do mundo, abrigando 9.927.838 habitantes, segundo dados de 1998 do IBGE. Seu grande desenvolvimento deu-se ,principalmente, na segunda metade do século, quando a industrialização criou um pólo de atração populacional, com rápida expansão dos setores secundário e terciário.
A cidade cresceu praticamente à revelia de um planejamento estatal urbano e seus equipamentos de infra-estrutura, moradia e transportes não atendem às demandas sociais. Isso não reduz a importância econômica, política e social de São Paulo que, embora viva hoje um processo de fuga de indústrias, continua assumindo uma vocação de pólo financeiro, comercial e de serviços, em geral. São Paulo é a metrópole global brasileira, onde está sediado o comando das principais atividades econômicas do país.
Hierarquia urbana
A economia agrário-exportadora das primeiras décadas do século XX caracterizava o Brasil como um “país-arquipélago”. Em outras palavras, não havia uma articulação consistente entre as economias das regiões do país, isoladas pela carência de transportes e comunicações e com funções econômicas que não se integravam plenamente.
O processo de industrialização e urbanização foi o elemento fundamental na integração regional. O Sudeste, liderado pelas áreas metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro, passa a comandar e ser o coração de uma economia cada vez mais integrada. O desenvolvimento das telecomunicações e a expansão da malha rodoviária possibilitaram um incremento no fluxo de mercadorias, pessoas e serviços, integrando a Amazônia, o Centro-Oeste e as áreas mais pobres do Nordeste, com o Sudeste e o Sul.
Com o campo cada vez mais dependente das cidades, paulatinamente vai se formando em todo o território uma hierarquia urbana, uma rede integrada de funções econômicas, políticas e de relações sociais entre as cidades brasileiras. Veja alguns exemplos de áreas urbanas e suas posições na hierarquia que se formou (há variações de nomenclatura, de acordo com cada autor):
Metrópoles Nacionais – regiões metropolitanas (conjunto de municípios interligados a uma grande cidade) que exercem influência em todo o país: Grande Rio e Grande São Paulo;
Metrópoles Regionais – regiões metropolitanas que influenciam uma região do país: Grande Porto Alegre, Grande Salvador, Grande Belém, etc;
Pólos (ou centros) regionais – cidades que influenciam as áreas urbanas vizinhas: Florianópolis (SC), Santos(SP), Vitória (ES), Campina Grande(PB), etc;
Centros locais – cidades de menor importância.
Da metrópole nacional à cidade global
O processo de globalização da economia internacional colocou outros parâmetros para as grandes metrópoles mundiais. O aperfeiçoamento dos transportes, a rapidez das comunicações, possibilitada pela telefonia móvel, pelo fax e pela internet, provocaram uma integração das cidades em níveis muito mais amplos.
As principais metrópoles, dotadas de melhor infra-estrutura de serviços, transportes e comunicações, tornaram-se centros geográficos privilegiados, de onde as empresas transnacionais comandam toda sorte de transações materiais e virtuais. Ou seja, formaram-se laços muito estreitos entre as empresas mais dinâmicas e esses grandes espaços urbanizados, integrados às redes mundiais.
Nesse contexto, os novos estudos sobre a urbanização têm gerado novas nomenclaturas e classificações, aperfeiçoando o conhecimento das cidades brasileiras.
Dessa forma, atualmente, São Paulo e Rio de Janeiro podem ser consideradas metrópoles globais; as áreas metropolitanas de capitais importantes como Porto Alegre, Brasília, Salvador ou Curitiba formam as metrópoles nacionais; e, dentro dessa nova hierarquia urbana, existem ainda metrópoles regionais, como Goiânia e Campinas; centros regionais, como Manaus e Natal, além de cidades caracterizadas como centros sub-regionais (Santarém, no Pará, e Piracicaba, em São Paulo, por exemplo).
A industrialização tornou os centros urbanos responsáveis pela maior parte da produção nacional (estima-se em mais de 90%). Mesmo as atividades geradas no ambiente rural, como a agricultura e a pecuária, dependem fortemente de produtos, tecnologia, crédito e serviços fornecidos pelas cidades.
A década de 1990, entretanto, consolidou uma nova tendência de urbanização no Brasil, que pode ser caracterizada como uma desmetropolitização. Ou seja, uma reversão no crescimento das grandes metrópoles, em favor de cidades médias, onde os custos de produção são menores e as condições de vida tendem a ser melhores.
Indústrias e empresas ligadas ao setor de serviços realizam cada vez mais a escolha de localizações geográficas alternativas às saturadas metrópoles do Centro-Sul. Cidades como Campinas, São Carlos, Ribeirão Preto, Goiânia, Florianópolis, além de diversas capitais nordestinas estão entrando definitivamente no mapa das empresas nacionais e estrangeiras.
Urbanização, uma tendência mundial
A população mundial, que já atingiu a cifra de 6 bilhões de habitantes, continua crescendo, embora de forma cada mais desacelerada.Esse crescimento, no entanto, não é homogêneo. Em primeiro lugar, os países de economias menos desenvolvidas são os que mais contribuem para o acréscimo de pessoas, uma vez que, nessas regiões, o crescimento vegetativo da população é maior.
Por outro lado, percebe-se que a urbanização é um fenômeno cada vez mais generalizado no mundo. Em 1960, a população urbana representava 34% da população mundial; em 1992, esse percentual saltou para 44% e estima-se que em 2025, 61,01% de toda a população mundial viva nas cidades.
O crescimento do número de pessoas que vivem nas cidades deve ser explicado, principalmente, pelo forte êxodo rural que, resulta do processo de mecanização agrícola, por problemas como a concentração fundiária e pela perspectiva de melhoria das condições de vida nas cidades. Como nas economias mais desenvolvidas esse processo já vinha acontecendo desde o século passado e já está estabilizado, é possível pensar que o crescimento urbano, nos dias atuais, seja um fenômeno característico de países mais pobres.
Industrialização, modernização da economia e urbanização no Brasil
Tecnicamente, a urbanização consiste no aumento relativo da população das cidades, acompanhada, portanto, pela redução da porcentagem dos contingentes populacionais do campo. Na maioria dos exemplos históricos, a urbanização foi precedida ou ocorreu simultaneamente com a industrialização.
No Brasil, as bases da industrialização foram lançadas na década de 1930, durante o governo de Getúlio Vargas, e a consolidação do processo deu-se nas décadas de 1950 e 1960. Dessa forma, desencadeou-se um quadro de modernização de toda a economia, que elevou as cidades à posição central na vida brasileira.
Por outro lado, a modernização também atingiu as atividades agrárias, gerando desemprego e miséria nas zonas rurais, o que levou um grande contingente populacional do campo em direção às cidades. Esse período foi marcado por intensas migrações, tanto no sentido do campo para as cidades, como, num quadro mais amplo, dos estados e regiões de economia agrária para o Sudeste industrializado.
O processo de modernização da economia brasileira, até os dias de hoje, não levou à superação da pobreza e das desigualdades sociais. A modernização aprofundou as desigualdades já existentes, geradas num passado distante, pois esteve apoiada numa maior concentração de rendas. Apesar da expansão das camadas médias, que apresentam um bom poder aquisitivo e contribuíram para a expansão do mercado consumidor, a diferença de rendimentos entre ricos e pobres é hoje muito maior do que no início da modernização.
Os movimentos populacionais e a urbanização
O êxodo rural ou migração rural-urbana tem como causas principais a industrialização e geração de empregos nas cidades, além das transformações e problemas no campo, como a concentração fundiária, mecanização rural e mudanças nas relações de trabalho na agropecuária.
No caso brasileiro, as grandes cidades, em que pesem os problemas sociais persistentes, ofereciam condições muito vantajosas para os numerosos contingentes que para lá se deslocavam:
• empregos no setor secundário (indústria e construção civil); • rápida expansão do setor terciário, criando postos de trabalho no comércio, nos bancos, nos serviços em geral; • maiores oportunidades de lazer e entretenimento; • melhor infra-estrutura de saúde, transportes e saneamento básico.
O desenvolvimento urbano-industrial provocou uma aceleração das migrações regionais, durante os anos 1950, 1960 e 1970. O principal deslocamento populacional, que marcou esse período, ocorreu entre as regiões Nordeste e Sudeste. Milhões de pessoas transferiram-se para o eixo Rio-São Paulo, atraídas por uma inédita oferta de empregos, gerada no seio de uma rápida industrialização, o que também levou a uma urbanização caótica.
A urbanização concentradora: o processo de metropolização
Nos países desenvolvidos a urbanização reflete-se na melhoria da qualidade de vida e expansão da rede de serviços. Na América Latina, entretanto, o intenso êxodo rural e a carência de empregos nos setores secundário e terciário trouxeram conseqüências como a expansão das favelas, o crescimento da economia informal e, em muitos casos, o aumento do contingente de população pobre, num processo denominado inchaço urbano.
O desenvolvimento metropolitano veio, portanto, acompanhado de problemas sociais e ambientais, tais como a falta de moradias e favelização, a carência de infra-estrutura urbana, o crescimento da economia informal, a poluição, o trânsito, periferização da população pobre e ocupação de áreas de mananciais.
Em São Paulo, por exemplo, o crescimento provocou intensa conurbação (integração física entre áreas urbanas), criando uma gigantesca área urbana que abriga 37 municípios – A Grande São Paulo. Entre eles destacam-se Guarulhos, Osasco e o chamado ABCD – Santo André, São Bernardo, São Caetano do Sul e Diadema. Esses municípios formam a principal região industrial do país, sediando as mais dinâmicas empresas nacionais e multinacionais.
A capital paulista é a maior cidade do país e uma das maiores cidades do mundo, abrigando 9.927.838 habitantes, segundo dados de 1998 do IBGE. Seu grande desenvolvimento deu-se ,principalmente, na segunda metade do século, quando a industrialização criou um pólo de atração populacional, com rápida expansão dos setores secundário e terciário.
A cidade cresceu praticamente à revelia de um planejamento estatal urbano e seus equipamentos de infra-estrutura, moradia e transportes não atendem às demandas sociais. Isso não reduz a importância econômica, política e social de São Paulo que, embora viva hoje um processo de fuga de indústrias, continua assumindo uma vocação de pólo financeiro, comercial e de serviços, em geral. São Paulo é a metrópole global brasileira, onde está sediado o comando das principais atividades econômicas do país.
Hierarquia urbana
A economia agrário-exportadora das primeiras décadas do século XX caracterizava o Brasil como um “país-arquipélago”. Em outras palavras, não havia uma articulação consistente entre as economias das regiões do país, isoladas pela carência de transportes e comunicações e com funções econômicas que não se integravam plenamente.
O processo de industrialização e urbanização foi o elemento fundamental na integração regional. O Sudeste, liderado pelas áreas metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro, passa a comandar e ser o coração de uma economia cada vez mais integrada. O desenvolvimento das telecomunicações e a expansão da malha rodoviária possibilitaram um incremento no fluxo de mercadorias, pessoas e serviços, integrando a Amazônia, o Centro-Oeste e as áreas mais pobres do Nordeste, com o Sudeste e o Sul.
Com o campo cada vez mais dependente das cidades, paulatinamente vai se formando em todo o território uma hierarquia urbana, uma rede integrada de funções econômicas, políticas e de relações sociais entre as cidades brasileiras. Veja alguns exemplos de áreas urbanas e suas posições na hierarquia que se formou (há variações de nomenclatura, de acordo com cada autor):
Metrópoles Nacionais – regiões metropolitanas (conjunto de municípios interligados a uma grande cidade) que exercem influência em todo o país: Grande Rio e Grande São Paulo;
Metrópoles Regionais – regiões metropolitanas que influenciam uma região do país: Grande Porto Alegre, Grande Salvador, Grande Belém, etc;
Pólos (ou centros) regionais – cidades que influenciam as áreas urbanas vizinhas: Florianópolis (SC), Santos(SP), Vitória (ES), Campina Grande(PB), etc;
Centros locais – cidades de menor importância.
Da metrópole nacional à cidade global
O processo de globalização da economia internacional colocou outros parâmetros para as grandes metrópoles mundiais. O aperfeiçoamento dos transportes, a rapidez das comunicações, possibilitada pela telefonia móvel, pelo fax e pela internet, provocaram uma integração das cidades em níveis muito mais amplos.
As principais metrópoles, dotadas de melhor infra-estrutura de serviços, transportes e comunicações, tornaram-se centros geográficos privilegiados, de onde as empresas transnacionais comandam toda sorte de transações materiais e virtuais. Ou seja, formaram-se laços muito estreitos entre as empresas mais dinâmicas e esses grandes espaços urbanizados, integrados às redes mundiais.
Nesse contexto, os novos estudos sobre a urbanização têm gerado novas nomenclaturas e classificações, aperfeiçoando o conhecimento das cidades brasileiras.
Dessa forma, atualmente, São Paulo e Rio de Janeiro podem ser consideradas metrópoles globais; as áreas metropolitanas de capitais importantes como Porto Alegre, Brasília, Salvador ou Curitiba formam as metrópoles nacionais; e, dentro dessa nova hierarquia urbana, existem ainda metrópoles regionais, como Goiânia e Campinas; centros regionais, como Manaus e Natal, além de cidades caracterizadas como centros sub-regionais (Santarém, no Pará, e Piracicaba, em São Paulo, por exemplo).
A industrialização tornou os centros urbanos responsáveis pela maior parte da produção nacional (estima-se em mais de 90%). Mesmo as atividades geradas no ambiente rural, como a agricultura e a pecuária, dependem fortemente de produtos, tecnologia, crédito e serviços fornecidos pelas cidades.
A década de 1990, entretanto, consolidou uma nova tendência de urbanização no Brasil, que pode ser caracterizada como uma desmetropolitização. Ou seja, uma reversão no crescimento das grandes metrópoles, em favor de cidades médias, onde os custos de produção são menores e as condições de vida tendem a ser melhores.
Indústrias e empresas ligadas ao setor de serviços realizam cada vez mais a escolha de localizações geográficas alternativas às saturadas metrópoles do Centro-Sul. Cidades como Campinas, São Carlos, Ribeirão Preto, Goiânia, Florianópolis, além de diversas capitais nordestinas estão entrando definitivamente no mapa das empresas nacionais e estrangeiras.
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