segunda-feira, 30 de março de 2009

É Gaia!!!Alexandre Gois de Victor // Advogadoagois@siqueiracastro.com.brNão se apresse, dona Maria! Desista de sua ideia de enviar mensagem para o jornal com o objetivo de exigir a cabeça deste dublê de cronista, sob o argumento de que o título do texto reflete um exercício de baixeza. É que não me refiro àquele fenômeno de desastre amoroso decantado pelas canções buarqueanas interpretadas pelas bandas de fuleiragem music. Em assim agindo a senhora estaria cometendo um erro histórico, comparável ao do infeliz que cometeu a ideia de levantar aquelas duas caixas d'água horrorosas cravadas na praia de Boa Viagem com o nome da mãe de nosso presidente que de leso só tem a cara. A Gaia a que me refiro é a Deusa (grega) Terra. Passada a sua revolta, dona Maria, deixe-me tentar explicar melhor. Na década de setenta um pesquisador britânico de nome James Ephraim Lovelock concebeu uma teoria, justamente, assim chamada: Teoria de Gaia. A hipótese lastreia-se na ideia de que o planeta por nós habitado é um ser vivo. Nós, por outro lado, entre outros, somos seus coadjuvantes, tão somente coadjuvantes de Gaia. Seríamos uma espécie de microorganismo, e, como tal, a partir de nossas ações ou em razão do que fazemos, Gaia, naturalmente, reage, assim como um corpo febril. Por isso, todos os acontecimentos ocorridos no planeta terra, decorrentes de ação humana, acabam por dar ensejo a uma resposta ou reflexo de Gaia. Tudo se inicia e se resume em Gaia. Seríamos como bactérias que proliferam, infestam e maltratam, descontroladamente, um corpo que já foi sadio. Repare: No ano de 1802 éramos 1 bilhão de habitantes. Em 2012 seremos 7 bilhões de pessoas vivendo sobre a face de Gaia. A doença se alastrou por toda a Gaia. Em São Paulo o trânsito recebe cerca de 800 carros novos por dia para juntar-se à sua frota. Isso significa quase 300 mil carros por ano. Isso numa só cidade. Não há quem suporte. A senhora poderia usar uma camiseta com seguinte frase: Gaia é sofrimento... São construídas, freneticamente, todos os anos, milhões de moradias para abrigar a nossa muvuca populacional. Vai chegar uma hora que não existirá mais espaço para nada. Seremos um edifício holiday de proporções globais. Tudo é, tem que ser ou será superlativo. A empresa tem que crescer a todo custo, o país tem que crescer 5% neste semestre, as exportações precisam crescer, o PIB, as vendas, o crédito, a produção de alimentos, a demanda, o consumo de bebidas, o fornecimento de combustíveis, a construção de usinas, de hidroelétricas, de shopping centers, de pontes, de aeroportos, de portos e o diabo a quatro. A Gaia vai quebrar, dona Maria! Por que tudo o quanto fazemos nela reflete. O homem tira da manga a emissão de gás carbônico, Gaia responde com o comprometimento da camada de ozônio. Derrubam-se árvores na floresta tropical, Gaia retruca com mais um pouquinho de aquecimento global. Lançamos mão do desamor, da má distribuição de renda, da intolerância, do individualismo coisa e tal (pois é... essas coisas também contam), lá vem Gaia com o derretimento das camadas polares. A coisa (vulgo Sport) empata com o Ypiranga com um gol de pênalti inexistente, Gaia, por castigo, manda-nos chuva ácida. O presidente Luiz Inácio Uisquinho da Silva tira uma medida provisória da cartola ou manda Dilma Cicatriz fazer mais uma aplicação de botox, Gaia envia-nos um tsunami. O fato é que estamos fadados a acabar com nosso hospedeiro, ou forçá-lo a acabar conosco. É Gaia! É Gaia!! É Gaaaaaaaia, dona Maria!
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Textos - Equilíbrio Ecológico
Prof. Germano Schüür

CIÊNCIAS DO AMBIENTE - ECOLOGIA
Unidade III - Dinâmica da População Humana
3.1 - Retrospecto Demográfico.
Durante as primeiras fases da história humana, mesmo até ao advento dos tempos modernos, sua população obedecia as leis gerais da ecologia (flutuações). O crescimento demográfico estava intimamente relacionado ao aumento de espaço e alimentos disponíveis que funcionavam com extrema eficácia como fatores limitantes.
Conforme se observa no gráfico, a população mundial revela uma linha quase horizontal de crescimento lentíssimo no passado, até o período 1750 – 1800, condicionada a fatores limitantes tais como a fome, a peste e a guerra. A população mundial aumentou uma taxa de 0,3% por ano, entre 1650 – 1750 e de 0,5% entre 1750 – 1850. De então para cá, uma linha quase vertical de rapidíssimo crescimento, em torno de 2% a 2,5% ao ano.
Gráfico da evolução demográfica mundial
3.2 - A Revolução Industrial
A partir do último terço do século XVIII, um certo número de países sofreu a mais profunda mutação que jamais havia afetado os homens: a revolução industrial.
Progressos na agricultura, indústria e transporte melhoraram substancialmente a vida do homem no ocidente.
As possibilidades de falhas nas colheitas e fome foram reduzidas com uma melhor agricultura. A mecanização da lavoura e o transporte marítimo determinaram com que fomes locais fossem menos desastrosas e proporcionaram acesso a recursos mais distantes. A melhoria nas condições sanitárias auxiliaram na redução das taxas de mortalidade, assim como o conhecimento do papel das bactérias na infecção e o advento das vacinas.
A regulamentação das horas de serviço, bem como a criação de salários, foram também características da Revolução Industrial, que determinaram melhores condições de vida.
3.3 - A Transição Demográfica
Com o transcorrer da Revolução Industrial aparece uma tendência significativa que explica aquilo que conhecemos como explosão demográfica. Constatava-se que, em torno de 1750, a mortalidade e a natalidade se equilibravam em altos níveis (30-35 e 35-40 por mil, respectivamente).
A partir de 1750 para cá, esse equilíbrio é abalado por uma diminuição acentuada na taxa de mortalidade, não acompanhada pela curva da taxa de natalidade, que só começa a baixar no início deste século, para uma nova posição de equilíbrio entre mortalidade e natalidade; desta vez, em baixo nível de ambos (10-15 e 15-20 por mil, respectivamente).
Ao descompasso entre a curva de natalidade e mortalidade, chamamos de hiato demográfico (demographic gap, e’cart demographique).
O gráfico abaixo mostra a transição demográfica ocorrida na Inglaterra e País de Gales, região da Europa noroestina, onde encontramos o primeiro epicentro das mudanças ocorridas nesta dinâmica populacional.
Gráfico da transição demográfica na Inglaterra e País de Gales (baseado em P.C.Beltrão "Demografia: Ciência da População, Análise e Teoria", Sulina, 1972)
Na Dinamarca, na Suécia e Noruega as taxas combinadas eram de 32 por mil em 1850; por volta de 1900, tinham caída para 28 por mil. Declínios semelhantes ocorreram em toda parte, cujo fenômeno ficou conhecido como transição demográfica, que em termos gerais é ilustrado pelo seguinte diagrama teórico.
Diagrama teórico da transição demográfica
Este diagrama, com todas as fases, é válido para as nações da Europa noroestina e também para outras, tanto da Europa como da América do Norte.
Os países subdesenvolvidos, com altas taxas de crescimento populacional (em torno de 3% ao ano), principais responsáveis da atual fase da explosão demográfica, encontram-se ainda em pleno hiato demográfico. Como podemos constatar na tabela e gráfico, correspondentes à população brasileira.

Períodos Nat. Mort. Período Nat. Mort.
P/mil P/mil P/mil P/mil
1872-1890 ... 46.5 30.2 1940-1950 ... 43.5 19.7
1891-1900 ... 46.0 27.8 1950-1960 ... 43-47 11-16
1901-1920 ... 45.0 26.4 1960-1970 ... 38.0 10.0
1920-1940 ... 44.0 25.3

Gráfico das taxas de natalidade e mortalidade no Brasil, 1890-1960 (baseado em P.C.Beltrão, "Demografia: Ciência da População, Análise e Teoria", Sulina, 1972)


São causas das taxas de nascimento mais baixas em países industrializados:
o Em sociedades agrícolas, os filhos são geralmente considerados como bônus econômicos, por servirem como mão-de-obra extra nas fazendas e um seguro de velhice para os pais. Numa sociedade industrial, os filhos não são produtores potenciais, mas consumidores. Necessitam educação e alimentação e, outro lado, os sistemas previdenciários assumiram a responsabilidade da velhice;
o A passagem da população do campo para cidade;
o O desejo individual de melhorar a própria situação social e econômica, ou a da própria descendência;
o As mudanças ocorridas na condição da mulher e no seu papel social;
o A adoção, por alguns países, de programas de planejamento familiar ou de uma política demográfica bem definida;
o O enfraquecimento do sentido religioso.
É válido, na conclusão desse capítulo, uma citação de Jean Dorst:
"Não hesitamos em afirmar, desde já, que o problema do excesso populacional é o mais angustiante de todos quantos temos de enfrentar nos tempos modernos. Trata-se de um fato recente, cuja gravidade permanece ainda camuflada por um obscurantismo profundo, e do qual muito poucos estão conscientes. O excedente da população pode não só comprometer o destino da flora e da fauna selvagem, como também por em causa a sobrevivência de toda humanidade, com tudo aquilo que constitui a civilização e a...

A transição demográfica
tem sido cada vez mais aceita a teoria da transição demográfica. Segundo os defensores dessa teoria, formulada em 1929, o crescimento populacional tende a se equilibrar no mundo, com a diminuição das taxas de natalidade e mortalidade.
Esse processo se daria em três etapas distintas:
Primeira fase ou Pré-industrial, caracterizada pelo equilíbrio demográfico e por baixos índices de crescimento vegetativo, apoiados em elevadas taxas de natalidade e de mortalidade. Nascem muitos, mas morrem muitos. A elevada mortalidade era decorrente principalmente das precárias condições higiênico-sanitárias, das epidemias, das guerras, fome, etc.
Segunda fase ou transicional, que apresenta as seguintes modificações: num primeiro momento, a redução da mortalidade com o fim das epidemias e os avanços médicos (decorrentes da Revolução Industrial), porém a natalidade ainda se mantém elevada, ocasionando um grande crescimento populacional; num segundo momento, a natalidade começa a cair, reduzindo-se então o crescimento populacional.
Terceira fase ou Evoluída, etapa em que a transição demográfica se completa, com a retomada do equilíbrio demográfico, agora apoiado em baixas taxas de natalidade e de mortalidade. Atualmente estão nessa fase os países desenvolvidos, a maior parte dos quais apresenta taxas de crescimento inferiores a 1% e até negativas. Países cujo crescimento vegetativo se encontra estagnado.
REFLEXÕES SOBRE CRESCIMENTO URBANO E A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO.

A reflexão atual sobre a reprodução do espaço urbano no mundo capitalista de hoje insere a idéia de crise, gerada sobretudo, pelo fenômeno da alta concentração demográfica que acarretam ou contribuem em grande escala com a queda da oferta de trabalho e conseqüentemente com o aumento da taxa de desemprego, onde a pobreza e a violência, aparecem com suas manifestações concretas. A metrópole tende a crescer acima das suas condições de ofertas, uma vez que em seu “espaço geográfico “ ocorre o crescimento industrial com toda sua força. Pierre George fala da destruição da percepção própria do conjunto urbano pela ruptura da unidade funcional da cidade, pela exigüidade do espaço em relação a multiplicação do seu uso, particularmente o lucrativo. As diferenças entre as cidades são profundas, porém, há muitas características comuns especialmente as dramáticas.


A cidade já não é vista como um simples produto natural do desenvolvimento, mais como um ponto de apoio, ou como um fator determinante desse desenvolvimento. “ Sua consideração também deixou de ser tomada como âmbito de uma unidade isolada, hoje pensamos primordialmente, em termos de uma rede ou malha urbana, cujas funções espaciais são mais dinâmicas e abrangentes “

No caso do Brasil, na segunda metade do século XX, tanto o crescimento populacional como o econômico do país estão sendo feitos, de maneira acentuadamente concentrado nas suas regiões metropolitanas. A tendência é sistematicamente reforçada pela dinâmica de circulação de mercadorias, insumos e concentração de serviços nas cidades principais, que acumulam melhores condições de apoio à economia regional. Os programas chamados de descentralizadores ou de desconcentração em relação as áreas metropolitanas, só conseguiram efeitos mínimos e assim mesmo, e assim mesmo visualizaram a valorização de alguns pólos ou eixos de concentração. Nos estudos e trabalhos a esse respeito estavam sempre presentes a teoria dos lugares centrais e pólos de desenvolvimento e a aceitação tácita do desenvolvimento desigual. A competição entre os poucos pólos regionais e os inúmeros municípios deles dependentes deu sempre altos dividendos para os mais fortes.


Considera-se objeto de grande preocupação que o crescimento desordenado das cidades nordestinas, crescimento que tem contribuído para a macrocefalia de uns poços centros urbanos. No passado isso se deu quase sempre em função do papel desempenhado por alguns portos de escoamento de produtos primários. Nesse caso a área de influência de tais centros até onde alcançou o interesse pela exploração agrícola, foi submetida a uma série de transformações cujo objetivo não foi a sua própria manutenção e organização mais o fortalecimento das metrópoles, a serviço da comercialização dos produtos mencionados. Alguns dos maiores centros urbanos nordestinos conservam, até hoje os nossos dias, essas características dominantes de hipertrofia, refletindo ao mesmo tempo seu esforço para diminuir a defasagem em relação ao Sudeste. Esses fenômenos tiveram grandes influencia sobre as questões dos desequilíbrios regionais.



No caso do nordeste, os fluxos migratórios da região que incidem sobre as metrópoles e ao longo da faixa litorânea onde a evolução urbana tem se processado mais acentuadamente. Essas áreas conurbadas, representam por sua vez pressões sociais que afetam diretamente a ação do poder publico cujos orçamentos são insuficientes, principalmente a nível municipal para atender as crescentes necessidades de equipamentos sociais.



Com a complexidade do problema dos transportes urbanos, da coleta e do tratamento do lixo e dos dejetos industriais, a poluição ambiental que são apenas alguns dos problemas que continuam a exigir cada vez mais recursos e imaginação dos administradores. No entanto, o desafio maior parece ser a limitação dos recursos humanos e financeiros, quando confrontados com as aspirações das comunidades. Todavia, vale salientar, que a criação das regiões metropolitanas representam uma tentativa de integração espacial das funções urbanas.



O CASO DO RECIFE

Do aumento em grande escala dos fluxos migratórios para regiões metropolitanas e pelo próprio crescimento vegetativo, principalmente na população de baixa renda, resultam panoramas de pobreza e miséria estampados nas grandes áreas ocupadas por mocambos e casebres. Desta forma, o processo de metropolização do Recife se caracteriza mais pelo crescimento da população que pelo dinamismo da sua economia.

A nova configuração que o grande aglomerado vem assumindo sob o condicionamento de fluxos que selecionam áreas ocupadas pelo traçado “macro-urbano”, influem principalmente:

a) a longa faixa de ocupação praieira.
b) os alongamentos periféricos de indústrias ao longo das rodovias.
c) as áreas planejadas pelos conjuntos habitacionais.



Além dessas repercussões, os efeitos espaciais do crescimento populacional se fazem sentir sobre a localização das atividades urbanas.


Salientando-se que com evolução econômica de caráter urbanizador e metropolizador do espaço, os verdadeiros condicionadores do quadro natural praieiro deixaram de ser o de exclusivo recurso do mar (gênero de vida de pesca) e dos recursos do solo (presença de coqueiros) para se tornarem áreas de concentração humana e de urbanização aceleradas, constituindo atualmente importante área de lazer para uma população com faixa de renda elevada.


GRAÇA KATER.